Em 2018, foi aberto o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da Universidade Federal do Ceará - PIBID-UFC 2018-2020, que, por meio do subprojeto PIBID-Inglês busca proporcionar aos estudantes de licenciatura o primeiro contato com o Ensino Básico através da oferta de atividades que atendam às demandas dos alunos ao mesmo tempo em que contribui para a formação e aperfeiçoamento dos futuros docentes enquanto pesquisadores da sua própria prática. Para tanto, foram feitas parcerias com três escolas públicas, onde serão realizadas as ações do programa, sendo duas localizadas em Fortaleza, Escola Governador Adauto Bezerra e Instituto Federal do Ceará (IFCE), e uma no município de Maracanaú, o Liceu Professor Francisco Oscar Rodrigues. Cada escola terá a implementação do programa desenvolvida por um grupo composto por oito alunos, um professor supervisor (docente da respectiva escola) e pela coordenadora do subprojeto PIBID-Inglês e professora do curso de Letras Inglês da UFC. Estes grupos buscam elaborar as atividades que virão a ser aplicadas aos alunos que, através de reuniões semanais, acabam por resultar em produtos alinhados com o trabalho acadêmico proposto: (i) sessões de leitura e discussão dos referenciais teóricos contemporâneos educacionais e de formação para o estudo de casos didático-pedagógicos; (ii) cotejamento da análise de casos didático-pedagógicos com a prática e a experiência dos professores das escolas de Educação Básica, em articulação com seus saberes sobre a escola e sobre a mediação didática dos conteúdos; (iii) análise do processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos específicos ligado ao subprojeto e também das diretrizes e currículos educacionais da educação básica; (iv) elaboração de instrumentos de pesquisa de sondagem e avaliação de resultados; (v) identificação de temas/problemas nas diferentes situações e instâncias de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa e elaboração e desenvolvimento de projetos de pesquisa científica relacionadas aos temas identificados; (vi) planejamento colaborativo das ações de intervenção a serem implementadas nas escolas; (vii) planejamento colaborativo das ações de divulgação das ações do subprojeto e recrutamento dos alunos para participar delas; (vii) relatórios orais sobre as atividades desenvolvidas durante a semana; (ix) discussão sobre os relatórios orais e reflexão-crítica colaborativa sobre as experiências no projeto durante a semana; entre outras ações que se mostrarem necessárias. Para atender a estes fins, verificou-se a necessidade da montagem de um diagnóstico que mostre a realidade das escolas, o perfil do público alvo do programa (os alunos), a caracterização do ambiente, da estrutura física, o conteúdo trabalhado entre seus alunos (relacionado ao cerne do subprojeto PIBID-Inglês), entre outras informações importantes para a elaboração das ações do programa. Este trabalho tem por objetivo demonstrar a metodologia utilizada para a montagem deste diagnóstico pelos bolsistas do grupo responsável pela implementação do projeto no Liceu de Maracanaú e seus resultados e análise. O trabalho teve início com a aplicação de um questionário contendo vários pontos que incluíram desde os horários disponíveis dos alunos, o contato com a língua inglesa em seu dia a dia dentro e fora da escola, passando pelas temáticas e atividades de seu interesse e o seu nível atual de habilidade com a língua inglesa fazendo, assim, um levantamento mais acurado para que os projetos a serem realizados tenham uma real relevância para os estudantes. Esse questionário foi aplicado nos dois turnos e em todas as turmas da escola das quais o professor supervisor era responsável, podendo eventualmente se expandir, para garantir um maior alcance dentro do corpo discente. Também foram feitas visitas à escola e acompanhamento de algumas aulas de inglês com o intuito de proporcionar o contato dos bolsistas com os alunos, possibilitando o reconhecimento tanto do público quanto do ambiente pelos bolsistas. No que concerne ao alcance do projeto em relação aos alunos, alguns desafios foram identificados, causados primariamente pelo sistema curricular da escola. Por trabalhar com um modelo sazonal de distribuição de disciplinas, ou seja, em um período algumas turmas estudam apenas disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Linguagens enquanto outras estudam apenas disciplinas das áreas de Ciências Exatas e Biológicas. Outro desafio diz respeito à ausência da disciplina de inglês no currículo dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, sendo substituída pela língua espanhola. Devido a essas peculiaridades, o professor supervisor do projeto na escola não tem contato com as turmas que estão focadas na área de exatas ou com as turmas que estudam a língua espanhola, o que dificulta o contato dos bolsistas com esses alunos. Já foi feita então uma primeira caracterização do Liceu, que conta com mais de 1.230 alunos matriculados no Ensino Médio, oriundos de diferentes classificações socioeconômicas, das classes mais baixas até a média-alta. No que se relaciona à sua infraestrutura, a escola apresenta-se bem estruturada, dispondo de acesso à internet banda larga e equipamentos eletrônicos aos alunos, professores e administrativos, tais como computadores, TV, DVD, copiadora, retroprojetor, impressora, aparelho de som, projetor multimídia, câmera fotográfica e filmadora. A escola possui 14 salas de aula, sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, laboratório de ciências, quadra de esportes coberta, cozinha, biblioteca, banheiros com acessibilidade a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, sala de secretaria, auditório e pátio coberto. Os resultados destes estudos serão discutidos em reuniões entre os bolsistas, supervisor e coordenadora, e mostrados e analisados aqui. Referências BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1997. BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003; VAN LIER, L. From Input to affordance: social-interactive learning from an ecological perspective. In: LANTOLF, James P. (ed.) Sociocultural Theory and Second Language Learning. Oxford: OUP, 2000. (p. 145-259).