Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

IMAGEM E REPRESENTAÇÃO NO ENSINO DE ARTE NAS ESCOLAS: UMA PROPOSTA DE REFLEXÃO E CRÍTICA NA OFICINA DE SELFIE

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Nos interessa pensar em uma perspectiva de educação transformadora, que considera o fortalecimento do indivíduo como finalidade do processo de aprendizagem inerente à cidadania. É desta perspectiva que consideramos ponderar a produção juvenil atrelada às tecnologias tão caras aos alunos das escolas. A proposta da oficina foi desenvolvida a partir da reflexão de que vivemos em uma época predominada por imagens, sobretudo a imagem técnica. Nos meios de comunicação, nas redes e mídias sociais, no espaço público das cidades, as imagens fazem parte de nosso cotidiano e influenciam em nossas dinâmicas relacionais. O sentido de verdade, de documento, de registro, que elas assumem, torna urgente uma discussão sobre as imagens, seu alcance, seus sentidos, sua produção, suas características e códigos próprios, que instrumentaliza a crítica e o conhecimento das relações de poder nelas implícitas. Pensar o tipo de imagens que queremos produzir, o que queremos mostrar e tornar visível nessa era de democratização dos meios e tecnologias de produção de imagens é uma maneira de empoderar o aluno para questionar e construir saberes que envolvem esse campo. E, além disso, pensar as produções imagéticas como prática educacional através de oficinas e atividades que propõem o uso de linguagens como o audiovisual e a fotografia e potencializar seu uso em ações poéticas produzidas pelos alunos, dialogando com a produção de artistas contemporâneos que contemplam suas vivências e experiências. Por este motivo nossa oficina foi planejada para trabalhar com alunos do ensino médio a construção e a abordagem crítica das imagens de si tão populares nas redes sociais - as chamadas selfies. A fotografia como representação de si e do mundo aparece como ferramenta cada vez mais acessível às novas gerações que a produzem, a modificam e compartilham massivamente em suas redes sociais. Acreditamos que no ciberespaço o debate sobre autorrepresentação ganha nova dimensão, pois a popularização da internet e das redes sociais modificaram tanto as formas de se relacionar como de se representar. Susan Sontag diz que quando aproxima o mundo das imagens fotográficas à caverna de Platão, tomamos a imagem fotográfica como representação de um real; temos a como uma verdade. Contudo, sabemos que a imagem fotográfica também é uma construção e, talvez mais que uma construção, uma seleção. A escolha do enquadramento privilegia determinada possibilidade de quadro em detrimento de inúmeros outros, portanto a forma como se escolhe representar e seu compartilhamento nos espaços públicos da internet abrem novas possibilidades de questionamento sobre criação e reinvenção de si. A oficina apresentará alguns trabalhos de Cindy Sherman e Amalia Ulman elaborados para a plataforma do Instagram e, em seguida, realizaremos a produção de selfies com o uso de celulares e intervenções nessas fotografias através de aplicativos como Facetune, YouCam MakeUp, HairStyleLite e outros aplicativos de edição próprios dos celulares. A partir da produção desses trabalhos discutiremos como as imagens de si, constantemente publicizadas na internet, dialogam com a cultura e com a sociedade em que vivemos e como isso influencia em nossa forma de nos enxergar e nos expressar. Cindy Sherman usa e abusa de ferramentas de aplicativos de edição fotográfica para construir selfies distorcidas e exageradas. Já Amalia Ulman, na performance para o Instagram Excellences & Perfetions (2014), criou narrativas de si compostas não só de selfies, mas também de uma série de fotografias de objetos e espaços que juntos construíram uma narrativa para a personagem criada por ela. Ambas as artistas tem gerado importantes debates sobre a representação feminina e a manutenção dessas representações nas redes. A linguagem que escolhemos trabalhar possibilita a discussão de temáticas de identidade, gênero, classe social, acesso à cidade, entre outras pautas dos movimentos sociais da atualidade, como um instrumento para a construção da sociedade que reivindicamos. Partindo da valorização de saberes do dia a dia dos alunos, a escola pode ser um espaço para a educação sobre as imagens, construindo a crítica e a expressão através dos recursos da fotografia e audiovisual. Tudo isso em sintonia com o maior acesso à tecnologia e aos celulares, gerando uma maior democratização do acesso as imagens e também sua produção. Olhar criticamente as imagens, especialmente as imagens que construímos de nós mesmos é muito importante para se colocar como protagonista dessa dinâmica e ter o controle de sua própria produção subjetiva autopoética. Palavras-chave: selfie, redes sociais, arte, fotografia. Referências FLÜSSER, Vilém. O Universo das Imagens Técnicas: Elogio da Superficialidade. São Paulo: Annablume, 2008. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2005. SHERMAN, Cindy. Instagram da artista. Disponível em: SONTAG, Susan. Sobre Fotografia. Trad.: Rubens Figueiredo. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2004. ULMAN, Amalia. Instragram da artista. Disponível em: "
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Nos interessa pensar em uma perspectiva de educação transformadora, que considera o fortalecimento do indivíduo como finalidade do processo de aprendizagem inerente à cidadania. É desta perspectiva que consideramos ponderar a produção juvenil atrelada às tecnologias tão caras aos alunos das escolas. A proposta da oficina foi desenvolvida a partir da reflexão de que vivemos em uma época predominada por imagens, sobretudo a imagem técnica. Nos meios de comunicação, nas redes e mídias sociais, no espaço público das cidades, as imagens fazem parte de nosso cotidiano e influenciam em nossas dinâmicas relacionais. O sentido de verdade, de documento, de registro, que elas assumem, torna urgente uma discussão sobre as imagens, seu alcance, seus sentidos, sua produção, suas características e códigos próprios, que instrumentaliza a crítica e o conhecimento das relações de poder nelas implícitas. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

IMAGEM E REPRESENTAÇÃO NO ENSINO DE ARTE NAS ESCOLAS: UMA PROPOSTA DE REFLEXÃO E CRÍTICA NA OFICINA DE SELFIE Isabelle Valente Cardoso/isabellevalente28@gmail.com/UERJ Ana Paula Valvassori/UERJ Breno Felipe Araujo de Oliveira Gomes/UERJ Jordana Menezes Teles Gomes/UERJ Mariana Ferrari Nogueira/UERJ Renan Rodrigues de Araujo/UERJ Eixo Temático: Educação, linguagens, tecnologias e valores - com ênfase em referenciais, metodologias e práticas na formação humana na perspectiva emancipatória. Agência Financiadora: CAPES Resumo Temos como objetivo motriz para este texto a sistematização e apresentação da experiência de oficina como prática docente e de formação realizada como parte das atividades do PIBID (Programa Institucional de Bolsa Iniciação à Docência) - Artes Visuais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, coordenado pelo professor Aldo Victorio Filho. Nos interessa pensar em uma perspectiva de educação transformadora, que considera o fortalecimento do indivíduo como finalidade do processo de aprendizagem inerente à cidadania. É desta perspectiva que consideramos ponderar a produção juvenil atrelada às tecnologias tão caras aos alunos das escolas. A proposta da oficina foi desenvolvida a partir da reflexão de que vivemos em uma época predominada por imagens, sobretudo a imagem técnica. Nos meios de comunicação, nas redes e mídias sociais, no espaço público das cidades, as imagens fazem parte de nosso cotidiano e influenciam em nossas dinâmicas relacionais. O sentido de verdade, de documento, de registro, que elas assumem, torna urgente uma discussão sobre as imagens, seu alcance, seus sentidos, sua produção, suas características e códigos próprios, que instrumentaliza a crítica e o conhecimento das relações de poder nelas implícitas. Pensar o tipo de imagens que queremos produzir, o que queremos mostrar e tornar visível nessa era de democratização dos meios e tecnologias de produção de imagens é uma maneira de empoderar o aluno para questionar e construir saberes que envolvem esse campo. E, além disso, pensar as produções imagéticas como prática educacional através de oficinas e atividades que propõem o uso de linguagens como o audiovisual e a fotografia e potencializar seu uso em ações poéticas produzidas pelos alunos, dialogando com a produção de artistas contemporâneos que contemplam suas vivências e experiências. Por este motivo nossa oficina foi planejada para trabalhar com alunos do ensino médio a construção e a abordagem crítica das imagens de si tão populares nas redes sociais - as chamadas selfies. A fotografia como representação de si e do mundo aparece como ferramenta cada vez mais acessível às novas gerações que a produzem, a modificam e compartilham massivamente em suas redes sociais. Acreditamos que no ciberespaço o debate sobre autorrepresentação ganha nova dimensão, pois a popularização da internet e das redes sociais modificaram tanto as formas de se relacionar como de se representar. Susan Sontag diz que quando aproxima o mundo das imagens fotográficas à caverna de Platão, tomamos a imagem fotográfica como representação de um real; temos a como uma verdade. Contudo, sabemos que a imagem fotográfica também é uma construção e, talvez mais que uma construção, uma seleção. A escolha do enquadramento privilegia determinada possibilidade de quadro em detrimento de inúmeros outros, portanto a forma como se escolhe representar e seu compartilhamento nos espaços públicos da internet abrem novas possibilidades de questionamento sobre criação e reinvenção de si. A oficina apresentará alguns trabalhos de Cindy Sherman e Amalia Ulman elaborados para a plataforma do Instagram e, em seguida, realizaremos a produção de selfies com o uso de celulares e intervenções nessas fotografias através de aplicativos como Facetune, YouCam MakeUp, HairStyleLite e outros aplicativos de edição próprios dos celulares. A partir da produção desses trabalhos discutiremos como as imagens de si, constantemente publicizadas na internet, dialogam com a cultura e com a sociedade em que vivemos e como isso influencia em nossa forma de nos enxergar e nos expressar. Cindy Sherman usa e abusa de ferramentas de aplicativos de edição fotográfica para construir selfies distorcidas e exageradas. Já Amalia Ulman, na performance para o Instagram Excellences & Perfetions (2014), criou narrativas de si compostas não só de selfies, mas também de uma série de fotografias de objetos e espaços que juntos construíram uma narrativa para a personagem criada por ela. 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