DAMKE, Anderlã‰Ia Sotoriva. Formação inicial. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/52189>. Acesso em: 22/11/2024 13:09
FORMAÇÃO INICIAL, INDISCIPLINA E VIOLÊNCIAS: CONTRIBUIÇÕES DOS GRUPOS DE DISCUSSÕES NA FORMAÇÃO DE LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Anderléia Sotoriva Damke Anderleia.damke@utfpr.edu.br Universidade Tecnológica Federal do Paraná . Rafael Freire rafaelfreire.miguel@gmail.com Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Taiane Nogueira Almeida taianealmeida@alunos.utfpr.edu.br Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Bruna Finardi b_finardi@hotmail.com Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Rosangela Araújo Xavier rosangelafujii@utfpr.edu.br Universidade Tecnológica Federal do Paraná Eixo Temático: Formação inicial e continuada de professores - com ênfase na análise de experiências, programas e políticas. Agência Financiadora: Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Resumo A intenção dessa pesquisa é apresentar uma investigação do trabalho realizado sobre as contribuições dos Grupos de Discussões (GD), ainda na formação inicial dos licenciandos, para o enfrentamento da indisciplina e das violências no processo de ensino e aprendizagem de Ciências e Biologia na Educação Básica. As situações de indisciplina e violências têm se destacado no cenário escolar, chamando a atenção pelas várias formas que têm se apresentado nas instituições de ensino. Frente a essa relevância, as discussões sobre indisciplina permeiam a partir de Garcia (1999) e Parrat-Dayan (2012) que compreendem a indisciplina não só como uma questão comportamental, mas que faz parte do processo de aprendizagem. Nesse contexto, autores como Charlot (2002) e Spósito (2002) entendem a violência como uma ação que rompe com o nexo social pelo uso da força, o que implica romper com a possibilidade de uma relação social que ocorre por meio do diálogo. Assim, o próprio conhecimento determina várias compreensões, pois a demarcação entre o reconhecimento ou não da prática de violência é definida pelos próprios sujeitos, em diferentes condições históricas e culturais. Diante de tais questões, a formação inicial é trabalhada com base no aporte teórico de Carvalho e Gil-Pérez (1998), Pesce e André (2012) ao defenderem que a formação inicial deve possibilitar ao docente conhecimentos para saber lidar com a complexa profissão de ser professor, preparando-o para compreender a realidade do cotidiano escolar, para que o mesmo consiga dar respostas e projetar ações que favoreçam a aprendizagem. Nessa análise, Gomes e Pereira (2009) sinalizam a existência de uma lacuna entre a preparação do professor e a sua prática, o que reforça a necessidade das discussões na formação inicial com uma fundamentação que subsidie as práticas pedagógicas diante das situações vivenciadas. A pesquisa de natureza qualitativa, foi trabalhada com o enfoque de Chizzotti (2005) e, a coleta de dados por meio do Grupo Focal, que se constitui em Grupos de Discussões a partir de Kitzinger e Barbour (1999). Já a análise foi realizada a partir da análise de conteúdo de Bardin (2004) com relatos dos licenciandos, durante os encontros do Grupo de Discussões. Constatamos nos Grupos de Discussões a vivência do confronto com a realidade, uma vez que as visitas iniciais para conhecerem a escola não aliviavam a tensão vivenciada no início da docência. Evidenciamos que após as discussões, os relatos sinalizaram um rompimento com as práticas imitativas, possibilitando segurança e autonomia na forma de agir frente aos problemas com a indisciplina e as violências. Convém ressaltar que para o enfrentamento é necessário perceber que a indisciplina e a violência, enquanto um conceito relativo possui características multifacetadas e próprias de cada ambiente em que se manifesta. Consideramos que a formação inicial, às vezes não considera tais discussões, que ficam invisíveis e, por isso, desconhecidas pelos professores, por não serem abordadas durante a sua formação. Reiteramos a importância de trabalhar com os Grupos de Discussões, ainda na formação inicial, pois os Grupos contribuem no enfrentamento da indisciplina e das violências ao possibilitar a compreensão desses temas, por meio de análises e discussões durante o processo formativo. Palavras-chave: Formação Inicial, Indisciplina, Violências, Grupos de Discussões Referências BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2004. CARVALHO, A. M. P.; GIL-PÉREZ. D. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. 3. ed. São Paulo, SP: Cortez, 1998. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 7 ª edição. São Paulo: Cortez Editora, 2005. CHARLOT, B. A violência Na Escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão. Sociologias, Porto Alegre, v. ano 4, n. jul-dez, p. 432-442, 2002.