A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: LIMITES E DESAFIOS
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Carmen Catarina Santos Costa Silva / carmencatarinacosta@gmail.com / Instituto Federal de Alagoas (IFAL) - Campus Maceió Marcia Rejane de Araújo Dias / Instituto Federal de Alagoas (IFAL) - Campus Maceió José Edson da Rocha / Instituto Federal de Alagoas (IFAL) - Campus Maceió Everton de Cassio Alves Costa / Instituto Federal de Alagoas (IFAL) - Campus Maceió Eixo Temático: Processos de Ensino e Aprendizagem Resumo A disciplina matemática vem sendo alvo de discussões há anos, devido a seu baixo índice de aproveitamento comprovado pelos resultados de exames nacionais e internacionais. Essa realidade se reflete, ainda, na atualidade, pois esse componente curricular continua sendo pouco objetivo quando se trata do dia a dia do aluno. Para que essa disciplina desperte o interesse do estudante, é necessário que ela deixe de ser uma mera reprodução de conteúdos prontos e passe a ser algo que o aluno participe do seu processo de construção. Nesse sentido, é unanime entre os estudiosos a opinião de que existe a necessidade de aperfeiçoamento do processo de formação do professor de matemática e, por consequência, a formação do aluno do ensino básico também deve sofrer mudanças. Ao direcionar sua metodologia para a ciência dos números e não para o cotidiano dos alunos, o ensino limita a interação do conteúdo e não permite, aos estudantes, o desenvolvimento do que foi aplicado na sua aula. A aula de matemática em que o professor cópia no quadro aquilo que ele julga ser mais importante, o aluno cópia no caderno e em seguida faz repetitivos exercícios, tal método de ensino deve ser repensado de uma forma geral. Um método de aprendizagem da matemática, portanto, que possibilita ao aluno aplicar todo conteúdo estudado em sala de aula em sua vida precisa ser cultivado desde as séries iniciais até o nível superior, pois, além de formular a ideia do ensino que promove uma maior assimilação da parte dos alunos no decorrer da sua vida na instituição de ensino, transforma não só o aluno, como também a disciplina num processo útil e interessante. A matemática não está somente em livros, problemas, cálculos e fórmulas, ela está por toda a parte, e a relação que temos com essa área do conhecimento nos acompanha por meio de várias situações do cotidiano. Na hora de planejar o orçamento de casa, de ir às compras, de somar, de subtrair, de multiplicar ou de dividir... em tudo isso (e muito mais) estamos sempre na companhia da matemática; então, realmente se faz necessário ter uma nova visão quanto ao seu ensino na escola. É possível afirmar que a decadência dos níveis de aprendizado matemático se deve também ao sistema que se preocupa unicamente com resultados que se traduzem em lucratividade e numa qualidade mascarada de bons números e pouco conhecimento desenvolvido. Somos, de certa forma, não só vítimas do conteúdo mal transmitido, nem das poucas oportunidades de aprendizagem, mas de um sistema falho que limita toda direção pedagógica de aplicar seu regime de acordo com o processo de desenvolvimento do aluno, tendo que, muitas das vezes, avançar o aluno de uma série para outra sem o mínimo de conhecimento adquirido na matéria. No ensino de matemática, o conhecimento também deve ser aplicado, para dar, aos alunos, maior autonomia para o entendimento dos conceitos básicos e complexos que compõem o universo desse campo do saber, o que tornaria o campo mais reflexivo e repleto de possíveis soluções dentro e fora da sala de aula. O objetivo desse artigo, assim, é o de discutir o processo de formação de professores de matemática nos cursos de Licenciatura em Matemática. Os responsáveis então, pela formação dos futuros professores que irão ensinar os alunos do nível fundamental e médio receberam uma formação limitada em sua essência. Pensar sobre isso é de fundamental importância, especialmente em cursos de formação de professores, em que professores formam professores. Nesse sentido, os cursos de formação parecem muito teóricos, há um distanciamento entre a teoria e a prática. Os professores em formação necessitam de experiências com questões que de fato aconteçam em uma sala de aula em diálogo com contextos de vida dos alunos. O problema está em como a academia de um modo geral, trata o processo de formação do professor, e este nem sempre sai realmente preparado para desempenhar o seu papel como deveria. Este trabalho se configura e se qualifica como uma pesquisa de natureza qualitativa, esse tipo de pesquisa se caracteriza quando há um interesse em interpretar a situação em estudo sob o olhar dos próprios participantes e, quando se reconhece que também há uma influência da pesquisa sobre a situação, admitindo-se que o pesquisador também sofre influência da situação de pesquisa. Portanto, nossa pesquisa foi instituída em torno de discussões e de pressuposições teóricas que buscam analisar os limites e desafios da formação do professor de Matemática. O procedimento metodológico teve seu início com a análise de elementos obtidos a partir da pesquisa bibliográfica. Depois desse processo, houve o diálogo entre a literatura acumulada e as informações adquiridas por meio da observação do material selecionado, com vistas a análises abarcantes. Formar um professor de matemática é também formar um cidadão que é capaz de resolver problemas não somente de matemática, mas da vida como um todo, assumindo postura ética e moral (Santos, 2002). A tarefa de formar professores exige uma preocupação em conhecer os processos de aprendizagem. Exige também que seja criado um ambiente saudável, onde exista uma boa relação entre formadores de professores e futuros professores. Sabemos que as mudanças não ocorrem rapidamente, mas com muito trabalho elas vão surgindo ao passar do tempo. A nós futuros professores de Matemática compete, quando chegar o nosso momento, selecionar entre todos os conteúdos da disciplina, aquele que possa ser útil ao aluno, devemos demonstrar de que forma o conteúdo se aplica nas atividades específicas e como está presente no cotidiano do aluno. Acreditamos que a resistência às mudanças na maneira de ensinar Matemática, oferecidas por alguns professores, têm relação com a sua formação, pois na maioria das vezes, as disciplinas específicas e as ditas pedagógicas, não apresentam conteúdo que demonstre a prática da sala de aula. No entanto, vale lembrar que a formação dos professores não é o único problema a ser discutido, existe vários outros. Além disso, a desvalorização do profissional da educação, os baixos salários, a desestruturação das escolas, o currículo engessado, enfim, são situações que também comprometem a qualidade do ensino de matemática nas escolas brasileiras. Palavras-chave: Formação de Professor, Aluno, Matemática. Referências SANTOS, V. de M. O desafio de torna-se professor de matemática. NUANCES: estudos sobre educação - ano VIII. n. 08. São Paulo, set. 2002. D'AMBROSIO, B. S., LOES, C. E. Trajetórias Profissionais de Educadoras Matemática. São Paulo: Mercado de Letras, 1. Ed., 2014. 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