EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL PARA REDUÇÃO DE DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CURSO DE RIO EM PIÚMA - ES. Gabriela Viana Lima [1]vlimagabriela@outlook.com/São Camilo-ES Gilson Silva-Filho [2] silva.filho.gilson@gmail.com/São Camilo-ES Cíntia Cristina Lima Teixeira [3] cintiatelima@gmail.com/São Camilo-ES Natália Ribeiro Bernardes [4] nataliarbernardes@gmail.com/São Camilo-ES Raphael Cardoso Rodrigues [5] raphaelcrodrigues@gmail.com/São Camilo-ES Helimar Rabello [6] helimarbio@hotmail.com/São Camilo-ES Marilene Dilem da Silava [7] mdilem@saocamilo-es.br/São Camilo-ES Tatiana da Silva Lopes [8] tslopes11@gmail.com/São Camilo-ES Eixo Temático: Educação, Linguagens, Tecnologias e Valores Resumo A Educação Ambiental promove o desenvolvimento de valores e atitudes que levam a um comportamento orientado para a transformação da realidade em que se encontra o planeta, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo habilidades e atitudes necessárias para a sociedade mais justa ambientalmente, economicamente e socialmente. A degradação ambiental de Rios e Manguezais constitui um dos maiores problemas que o município de Piúma tem enfrentado nos últimos anos. Pois os manguezais são os berços de grande parte da fauna marinha. A economia do município gira em torno da pesca e do turismo, pois o município é agraciado com lindas praias e um extenso canal fluvial, acompanhado de um vasto Manguezal e canal estuarino. Assim, os problemas ocasionados pela ocupação da mata ciliar do canal fluvial por residências, peixarias, estabelecimentos comerciais, indústrias, área de porto e estaleiros, tem sido reportados de distintas formas como o lançamento de esgotos diretamente no canal, resíduos sólidos diversos e orgânicos depositados no canal, tem sido evidenciado e discutido pela população local e por turistas. No sentido de reduzir tais impactos foram promovidas palestras, nas escolas estaduais e municipais com sede no município de Piúma, sobre a importância dos canais de rios e dos manguezais para manutenção da vida marinha, além de atividades de limpeza no Rio e Manguezal, em prol de uma sensibilização ambiental da população, principalmente a parcela que reside às margens do canal fluvial. A limpeza ocorreu através do Projeto Rio Vivo, criado a partir da união de uma aluna de Ciências Biológicas e um representante de bairro. Mediante o projeto ocorreu a coletas de resíduos sólidos, além de proporcionar, com a prática, a sensibilização ambiental pela criação de lixeiras flutuantes. As lixeiras eram produzidas pelo reaproveitamento de bombonas plásticas e paletes, oriundos da fabricação e comercialização de produtos que por vezes são abandonadas no meio ambiente ou inadequadamente reutilizadas. Após a realização da coleta de resíduos, e registros das atividades, os resultados eram discutidos com os discentes das escolas, como forma de promover uma discussão a respeito de conceitos e importância do ecossistema Manguezal e Estuário. Foi possível evidenciar que a Educação Ambiental forma cidadãos para refletir de forma crítica e desenvolver ações que visem a transformação da sociedade, sendo considerada uma das principais ferramentas dessa mudança. Pela educação ambiental, os indivíduos e a comunidade adquirem consciência do seu papel enquanto cidadão para manutenção do ambiente para as gerações futuras. Segundo Rezende et al. (2007), quando a educação ambienta é corretamente aplicada na sociedade, esta adquire conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que as torna apta a agir de forma individual e coletiva, e resolver problemas ambientais presentes e futuros, viabilizando sua própria sustentabilidade (REZENDE et al., 2007). A Educação Ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal e informal, promovendo a transformação e a construção de uma sociedade mais consciente. Durante a expedição para coleta de resíduos sólidos no Rio Piúma, primeira etapa deste trabalho, muitos moradores ribeirinhos demostraram curiosidade e interesse pela preservação do ambiente. Alguns saíram de suas casas com sacolas de lixos e depositaram diretamente na lixeira flutuante, sendo que estes seriam descartados de forma irregular no curso rio. Essa etapa foi facilitada pelas palestras e pela distribuição das residências ao longo da bacia do rio, pois segundo Basílio (2016) o município de Piúma-ES, possui um canal estuarino de aproximadamente 7 km de extensão, onde sua maior parte passa por dentro da cidade. Atualmente, essa unidade ambiental é cercada por residências, peixarias, estabelecimentos comerciais e indústrias. É utilizada também como área de porto e estaleiros, ainda, algumas empresas de processamento de pescados estão localizadas nas proximidades dessa unidade. A palestra realizada na Escola, com a participação de cerca de 100 alunos, se fez necessário no primeiro momento a sensibilização dos alunos em relação a educação ambiental, a partir das imagens mostradas na exibição de slides, durante a aula evidenciou que a percepção dos alunos quanto a importância dos ecossistemas eram mínimas. Muitos afirmaram que nunca haviam visto um ambiente estuarino, sendo que este cerca grande parte da cidade. A palestra possibilitou a formação de um pensamento crítico, criativo e conectado com a necessidade de propor significativas soluções para o futuro, sendo capazes de analisar as difíceis relações entre os procedimentos naturais e sociais e de atuar no ambiente em uma expectativa global, respeitando as diversidades socioculturais e protegendo os problemas ambientais. De acordo com Lopes (2011) a degradação ambiental presente constitui um dos maiores problemas que a humanidade tem enfrentado nos últimos anos, cuja gravidade é amplamente conhecida pelo que representa à vida de todas as espécies da fauna e flora do manguezal (BLABER, 2000). E esse habitat favorece a presença de várias populações de organismos aquáticos em suas margens, constituídas principalmente por jovens de espécies marinhas (ROZAS; ZIMMERMAN, 2000). A abundância de peixes nos estuários deve-se principalmente à disponibilidade de alimentos, a partir da produção primária, além de garantir um equilíbrio no que se refere à osmorregulação das espécies, devido à salinidade do ambiente (BLABER, 2000). Assim pode ser concluir que este trabalho fomentou a redução da poluição do rio Piúma, mediante a sensibilização da população local. Isso poderia ser replicada em outros locais com estuário e sem estuário. Assim, conclui-se que é necessário que a sociedade num todo entenda, aprenda e seja sensibilizada sobre as questões ambientais e sobre os deveres e fazeres sociais, para que assim possam cuidar e preservar, entendendo que o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais, e assim, manter o ambiente para as gerações futuras. Palavras-chave: Educação Ambiental; Resíduos sólidos; Manguezal; estuário; preservação ambiental. Referências BASILIO, Thiago Holanda. Unidades Ambientais e a Pesca Artesanal em Piúma, Espírito Santo, Brasil. 1ª. ed. São Paulo, SP: Lura Editorial, 2016. ZINATO, Maria do Carmo. O que é um estuário?. Disponível em: Acesso em: 18 de Março de 2018.