ACESSO ÀS REDES SOCIAIS POR ALUNOS NA ESCOLA: ON OR OFF? Fausta Porto Couto/faustaec@gmail.com/UNEB-UFMG Jorge Adilson Gondim Pereira/Jorge_adilson@yahoo.com.br/UNEB-UFMG Sebastião Carlos dos Santos Carvalho/tiaocarvalho72@gmail.com/UNEB-UFMG Eixo Temático: Educação, linguagem, tecnologias e valores Resumo O acesso às redes sociais por alunos em escolas de educação básica tem se constituído em uma grande polêmica por razões diversas e antagônicas. Por um lado, presume-se que o uso desse recurso comunicativo pode ameaçar o aprendizado dos alunos em virtude da dispersão do foco curricular sendo, portanto, negado o seu uso no interior da escola. Em direção oposta, existem evidências científicas de que o seu uso pode promover a interação e acesso fácil ao conhecimento, devendo, em virtude disso, ser estimulado o acesso às redes sociais no ambiente escolar. Tendo em vista o impasse, esse estudo busca refletir, a partir da literatura pertinente e da experiência dos autores no campo da gestão e da docência na Educação Básica, sobre os limites e as possibilidades do uso deste recurso, bem como, os seus sentidos e significados para a comunidade escolar. Espera-se com o estudo ampliar a visão de educadores, gestores e alunos sobre a importância das redes sociais enquanto suporte de aprendizado, além de refletir sobre a estrutura tecnológica das escolas a fim de possibilitar a fluência desta prática. Refletir sobre a escola e seus conflitos na contemporaneidade exige reconhecer que essa estrutura social, gestada a partir do pensamento moderno e, portanto, erigida sobre os moldes da racionalidade e da produtividade, apresenta uma forma de configuração mais ou menos estável, mas, que, historicamente, vêm se transformando a partir dos novos modelos e configurações sociais. Esse trabalho foi elaborado a partir da observação em sala de aula do comportamento dos alunos em relação as redes sociais, comparando com estudos feitos por diversos autores a exemplo de Bauman, Kenski e Lahire. Os indivíduos, as redes sociais e a escola: Observa-se que as escolas, em seu poder hierárquico institucional, ainda não se deu conta da complexidade que é o processo de socialização dos indivíduos. E, por não ter se dado conta da sua natureza social, considerando-se, ainda que seja responsável por parte da construção das imagens referenciais do "eu e do nós" na formação dos jovens, já vem sendo questionada, em um contexto de redes, em que também os estudantes circulam em práticas sociais diversas. "Eu caio na rede, não tem quem não caia!" O processo de superação das pruebas relaciona-se com os suporte que podem estar no âmbito da família, trabalho, religião e escola, ou seja, diferentes espaços e instituições em que circundam os estudantes da escola pública, que estão também em rede online. Uma provocação para a escola não seria compreender as redes com que se articulam? Quais conflitos pessoais, familiares, sociais e políticos vivem? Se esta não é uma possibilidade, tão pouco valerá o regimento escolar para manter a hierarquia e não o entendimento do que as gerações estão vivendo e para quais projetos direcionam seus interesses coletivos e individuais. "Saí" da aula e "entrei" no Whatsapp :Os grupos de conversa do whatsapp deixam os smartphones em "frenesi", e seus usuários precisam assumir seus papéis e reagir aos mais diversos assuntos que surgem instantaneamente. Quando conectados à rede, os jovens quase sempre mergulham em confessionários eletrônicos portáteis, agindo como aprendizes treinando e treinados na arte de viver numa sociedade confessional - uma sociedade notória por transformar o ato de expor publicamente o privado, numa virtude e num dever público. (BAUMAN, 2001) Resultados: Inevitavelmente, teremos que enfrentar e resolver este conflito das redes sociais dentro das salas de aula. Compreender a estrutura da sala de aula física, como as salas dos grupos virtuais, talvez seja uma possibilidade. Nestas salas virtuais, a hierarquia nos grupos é algo sutil. Existem regras que devem ser observadas e de forma indireta, todos são administradores (gestores) daquele espaço de convivência. A informação que um membro do grupo apresenta, imediatamente é apreciada por todos, analisada, respondida e comentada. Há liberdade para falar ou ficar calado; concordar ou discordar; posicionar-se; apresentar argumentos, interpor informações. Talvez, a dinâmica dos grupos nas redes sociais, seja realmente o que almeja a escola, os gestores e os professores como suporte para a fluidez do conhecimento. Palavras-chave: Conflito, Escola, Redes Sociais, Socialização. Referências: ARAÚJO, P.C.; BOTTENTUIT JÚNIOR, J.B. O aplicativo de comunicação Whatsapp como estratégia no ensino de Filosofia. Temática. 11(2): 1-13, 2015. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução Plínio Dentzien, Rio de Janeiro: BAUMAN, Zygmunt. A Cultura no Mundo Líquido Moderno. 1ª edição. Ed. ZAHAR em associação com o National Audiovisual Institute, NInA, Polônia. 2013. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. p.16 CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003 (Trad. Maria Luiza X. de A. Borges). DUBET, F. Sociologie de l'experience. Paris: Seul, 1997. DUBET, François; MARTUCCELLI, Danilo. A socialização e a formação escolar. Lua Nova, São Paulo, n. 40-41, p. 241-266, Aug. 1997 . Available from . Acesso. 25 ag. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-64451997000200011. ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1994 [1939]. GIL, Gilberto. Pela internet, Álbum - Quanta, Phillips Record,1996.