O USO DE JOGO DIDÁTICO COMO PRÁTICA DOCENTE PARA O ENSINO DO CICLO DE VIDA DAS BRIÓFITAS Adrielle de Souza Santos[1]/ drii_soouza@outlook.com / Instituto Federal Goiano - Campus Urutaí Maisa Souza Lemes[2]/ Instituto Federal Goiano - Campus Urutaí Mariana de Souza Araújo[3]/ Instituto Federal Goiano - Campus Urutaí Cristiane Maria Ribeiro[4]/ Instituto Federal Goiano - Campus Urutaí Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo Atualmente, o ensino de Botânica, caracteriza-se como muito teórico, sendo desestimulante tanto para alunos do ensino fundamental quanto para alunos do ensino médio (Towata; Ursi, e Santos, 2010). De modo geral, nas escolas, faltam condições de infra-estrutura e melhor preparo dos professores para modificar essa situação (Sousa et al., 2016). Os professores, como intermediários do conhecimento, enfrentam dificuldades ao trabalhar temas de botânica em sala de aula (Amorin e Rosa, 1997) como, por exemplo, o ciclo de vida das briófitas (reprodução sexuada). Na intenção de suprir os problemas que afligem a área de educação, acredita-se que a implementação de novas práticas educativas, dentre as quais se destaca o uso de estratégias de ensino diversificadas, possam auxiliar na superação das dificuldades encontradas em sala de aula (Pedroso, 2009). A partir disso, nosso objetivo é apresentar uma proposta de jogo didático para uso em sala de aula com o intuito de promover interações e melhoria da aprendizagem, além de estimular o raciocínio e facilitar o trabalho do professor. A atividade foi desenvolvida com 13 estudantes, pertencentes ao 2º período do curso em Licenciatura em Ciências Biológicas, do Instituto Federal Goiano - Campus Urutaí. Primeiramente fez-se uma exposição teórica no quadro, sobre o ciclo de vida das briófitas, usando desenhos semelhantes aos que seriam usados posteriormente no jogo. Em seguida fez-se a explicação metodológica e aplicação do jogo, no qual, a turma foi dividida em duas equipes, cada uma recebeu um conjunto de peças em forma de desenho e escrita, que ordenadas formavam o ciclo de vida das briófitas. Os materiais empregados para a confecção foram cartolina, papel A4 e canetão. Na primeira etapa, cada grupo teve sete minutos para discutir a ordem das peças do desenho, e em seguida, escolheu-se um representante de cada equipe para montar o ciclo no quadro ao mesmo tempo. Pontuou aquele que terminou em menor tempo e com menor quantidade de erro. Para a segunda etapa estipulou-se um tempo de 7 minutos para discutir a ordem das peças escritas e escolheu-se um novo representante de cada equipe para a montagem, a pontuação se deu da mesma forma da etapa anterior. Ao fim, na correção dos ciclos foi perceptível o que não ficou claro, voltando a explicação e as dúvidas ainda existentes foram sanadas. A primeira etapa pontuou quatro pontos e a segunda, seis pontos, venceu aquele que atingiu a maior pontuação. Após o término do jogo foram aplicados dois questionários, o primeiro avaliou a eficácia da metodologia, o qual abordava questões referente a interação, motivação e transmissão do conhecimento. O segundo avaliou a aplicabilidade da metodologia por professores, abordando questões quanto a facilidade de produzir o jogo, se usariam a metodologia em suas aulas, se é viável o uso na rede pública de ensino e se é possível aplicação a outros temas da biologia. Os dados mostraram que 100% dos participantes afirmaram que o jogo promove interação e motiva a participação na proposta. Destaca-se que 61,5% dos participantes afirmaram que a aplicação do jogo é de fácil compreensão. Em relação a compreensão do ciclo de vida das briófitas (reprodução sexuada), 100% dos participantes afirmaram que o jogo favorece a assimilação do conteúdo, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. Além disso, relataram que é possível perceber competitividade como ingrediente que estimula a participação do jogo. Segundo Kishimoto (1997, p. 37), a utilização de jogos didáticos como ferramenta no campo de ensino-aprendizagem é capaz de promover a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da motivação, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora. A pesquisa evidenciou que 92% dos graduandos foram favoráveis à aplicabilidade da metodologia e seu uso nas salas de aula na rede pública de ensino, uma vez que são necessários poucos materiais para a confecção do jogo. Em relação ao uso da atividade, 92% dos alunos enquanto futuros professores responderam que usariam a metodologia em suas aulas, visto que é fácil de ser desenvolvida, como também, responderam que o jogo é simples de ser aplicado e que existem poucos empecilhos para a realização do mesmo. Referente a aplicabilidade do jogo a outros temas da biologia 85% dos alunos responderam que é possível, enquanto 15% respondeu que é parcialmente possível, fazendo adaptações. A partir disso, concluímos que o jogo é de fácil entendimento, favorece a assimilação do conteúdo, e ainda promove interação entre os alunos. A metodologia não é complexa e passível de uso na rede pública de ensino. Futuros professores podem utilizar o jogo em uma aula sobre briófitas, bem como, é possível a adaptação a outros conteúdos. Palavras-chave: Jogo didático, Briófitas, Ensino-aprendizagem Referências AMORIM, M. A. L; Rosa, R. T. N.Concepções prévias de alunos e professores em botânica. In: Encontro Nacional de pesquisa em ensino de ciências, I, 1997, Anais...Águas de Lindóia, Abrapec, 1997, p.635. KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 1997, São Paulo: Corte. TOWATA. N., URSI, S., & SANTOS, D. Y. A. C. Análise da percepção de licenciandos sobre o "Ensino de Botânica na Educação Básica". Revista da SBenBio, 3(1), 2010, 1603-1612. SOUSA, N. M.; SILVA, L. A. S.; SOUZA, T. S.; PAIXÃO, C. F. C, CARVALHO, C. V. M. BioCell: desenvolvimento, aplicação e avaliação de um jogo didático computacional. Enciclopédia Biosfera, 13(23), 2016, 1492-1502. DOI: 10.18677. PEDROSO, C. V. Jogos didáticos no ensino de biologia: uma proposta metodológica baseada em módulo didático. In Anales de IX Congresso Nacional de Educação (Educere) & III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 2009, (pp. 3182-3190).