O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA A PARTIR DA DIDÁTICA ¹Carlos Henrique Soares da Silva/cerlos.silva@aluno.uece.br / Universidade Estadual do Ceará - UECE ²Maria Santa Borges do Nascimento / Universidade Estadual do Ceará - UECE ³Robério Rodrigues Feitosa / Universidade Estadual do Ceará - UECE 4Carla Leitão da Silva / Universidade Estadual do Ceará - UECE 5Ricardo Rodrigues da Silva / Universidade Estadual do Ceará - UECE Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo A educação ambiental (EA) nos últimos tempos tem sido vista como uma ação inovadora, que não tem apenas como base, as políticas públicas, mas também uma prática pedagógica e de desenvolvimento cultural e social. Sendo assim, um construtor de relações entre a sociedade e o meio ambiente por meio da educação. Desta forma a EA é uma atividade intencional da prática social, que imprime ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, e tem o objetivo de potencializar essa atividade humana, tornando-a mais plena de prática social e de ética ambiental (TOZONI-REIS, 2004). Nesse sentido à medida que se promove um espaço de debate ambiental na sociedade e no campo educacional, gera-se aí, uma formação capaz de permitir que os sujeitos envolvidos tenham pensamentos críticos, transformadores e de caráter emancipatório. No entanto, muitas dificuldades são encontradas em relação ao andamento do ensino de educação ambiental. Segundo Maia e Cabral (2012) um dos pontos que envolvem essas dificuldades é o fato eu os professores utilizam bases-teóricas fragilizadas, além da ausência de uma formação que promova conhecimentos teóricos e valores ambientais (OLIVEIRA, 2007). Desta forma, a educação para sustentabilidade precisa ser aplicada por todos, de forma que desperte transformações no processo de educar e de preparar as novas gerações (FREIRE, 2007). Portanto a educação ambiental no âmbito educacional e social, não é apenas uma busca de resoluções de problemas ou de gestão do meio ambiente, trata-se de um da educação essencial que leva em consideração as interações entre desenvolvimento pessoal e social. Assim, para que exista uma EA efetiva, a prática educativa deve ser voltada à formação do sujeito humano enquanto ser individual e social, historicamente situado. Neste sentido, o presente trabalho objetiva revelar e discutir as percepções dos licenciandos em Ciências Biológicas sobre o ensino da Educação Ambiental, e sobre os temas abordados na disciplina, e se a mesma possibilitou a formação de um caráter reflexivo, transformador e atuante. A pesquisa realizada possui caráter descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, onde se buscou investigar as percepções dos licenciandos que cursaram a disciplina de Etnobiologia e Educação Ambiental, do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, FECLI, campus da Universidade Estadual do Ceará - UECE. Foi aplicada uma entrevista semi-estruturada e os sujeitos desta pesquisa foram cinco licenciandos do referido curso. Pode-se observar que a EA é um processo contínuo, que por meio dela o educando obtém conhecimentos sobre as questões ambientais, e passa a vê suas ações, e sua relação com o meio ambiente de uma nova forma. Os sujeitos afirmam que por meio da disciplina, pode conhecer as leis que garantem o ensino da Educação Ambiental nas escolas. Medeiros et al (2011), aponta que as instituições independente dos níveis de ensino, precisam trabalhar a temática ambiental como tema transversal, e que a mesma deve permear a prática educacional. Quando indagados sobre os métodos utilizados pelo professor, e se as aulas aconteceram de forma a propiciar este conhecimento, nota-se que estes foram essenciais para a aprendizagem dos assuntos da disciplina. Assim, mostra-se necessário o uso de metodologias pelos professores para ministrar aulas que visam a preparação do indivíduo para a vida no meio social, que abordem o conteúdo de forma mais concreta, permitindo uma aprendizagem mais eficaz. Os entrevistados apontam como métodos, pesquisa, leitura, seminários e aula de campos. No que se refere à pesquisa, Freire (1987) ressalta que é por meio do ensino investigador, que se devem suscitar provocações nos alunos a fim de passarem a serem sujeitos pensantes e reflexivos, e isto possibilitará construir o conhecimento. Outro fator relatado pelos sujeitos é a correlação com o cotidiano feito pelo professor, neste sentido Medeiros et al (2011, p. 9) afirma que "O educador ao ligar o conteúdo das ciências às questões do cotidiano torna a aprendizagem mais significativa." Os professores devem abordar as temáticas referentes aos problemas ambientais locais, de forma a incorporar ao cotidiano dos alunos para que os mesmos compreendam e procurem soluções para os problemas ambientais de sua região (COMPIANI, 2007). Desse modo a formação de professores é fundamental para este processo, neste sentido foi perguntado se as aulas de EA foram importantes para a formação enquanto futuros docentes, assim é evidente que as aulas da disciplina foram de fundamental importância para sua formação, e que estas constituem em seu currículo uma rica tarefa de transmitir aos seus alunos uma sensibilização a respeito da temática, levando em consideração que como agente ativo, tem a função de formar agentes críticos e transformadores da sociedade. Sobre isso, Sato (2001) aponta que é, (...) interessante observarmos hoje, nos diferentes setores sociais, uma forte tendência em reconhecer o processo educativo como uma possibilidade de provocar mudanças e alterar o atual quadro de degradação do ambiente com o qual deparamos. Independentemente do modelo adotado para explicar o atual estado de agressão à natureza, o processo educativo é sempre apresentado como uma possibilidade de alteração desse quadro, isto é, como um agente eficaz de transformação. Diante do que foi exposto neste trabalho, conclui-se a disciplina de EA possui significativa importância no curso de Ciências Biológicas, tanto na formação de docentes, como também no Ensino Básico e em todas suas modalidades, por propiciar nos sujeitos uma formação crítica e reflexiva a respeito do tema. É fundamental, pois os professores podem a partir desta, desenvolver em seus alunos práticas e atitudes conservação e respeito à natureza, educando cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do país, responsabilizando-os para o resto de sua vida. Palavras-chave: Didática; Meio ambiente; Ensino; Referências: BRASIL. Tratado de educação ambiental para sociedades sustentáveis e responsabilidade global. Rio de Janeiro, 1995. COMPIANI, Maurício. O lugar e as escalas e suas dimensões horizontal e vertical nos trabalhos práticos: implicações para o ensino de ciências e educação ambiental. Ciência & educação, v. 13, n. 1, p. 29-45, 2007. FREIRE, A. M.; Educação para a sustentabilidade: implicações para o currículo escolar e para a formação de professores; Pesquisa em Educação Ambiental, vol. 2, n. 1, pp. 141-154, 2007. http://www.portalresiduossolidos.com/historia-da-educacao-ambiental-brasil-e-mundo/ MAIA, A. C. P.; CABRAL, E. R.; Educação ambiental: concepção e compreensão de sua importância para professores de 8 escolas públicas de Belém. Revista Movendo Ideias; Vol. 17, Nº 1 - janeiro a junho de 2012. MEDEIROS, Aurélia Barbosa de et al. A Importância da educação ambiental na escola nas séries iniciais. Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 1, p. 1-17, 2011. OLIVEIRA, A. L. OBARA, A. T. RODRIGUES, M. 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