Os jovens rurais, em suas mais variadas condições, foram por muito tempo negligenciados em vários âmbitos sociais, por diversas instituições, ficando estabelecidos pela hierarquia da sucessão geracional estabelecida pelas relações de trabalho no campo. Com o processo de globalização, instituído pela modernidade e a consequente diluição das fronteiras, estes sujeitos emergiram aos olhos da academia como agentes reflexivos, que inseridos em diferentes contextos, constroem suas identidades e modificam os espaços nos quais estão inseridos. Porém, considerando que os estudos que perpassam essa categoria juvenil ainda se mostram escassos na atualidade, justifica-se o fato de o presente trabalho figurar uma pauta de investigação científica que auxilia na formulação de políticas públicas para esta parcela da população. Considerando o exposto, destaca-se que o escrito em questão é pautado na análise do perfil de jovens rurais e pescadores das áreas das ciências da natureza no ensino superior do campus Ministro Reis Velloso da Universidade Federal do Piauí”. Para isso, utilizou-se uma abordagem quantitativa, de caráter exploratório, onde foram aplicados 38 questionários, sendo analisados por meio de estatística descritiva. Deste modo, percebeu-se que o número de jovens advindos dessas comunidades (0,26%) para a universidade é ínfimo se comparado ao total de matriculados nesta Instituição de Ensino Superior, sendo estes os que conseguem transcender as dificuldades apontadas por esta e outras pesquisas. Visto que, os deslocamentos de tempo e espaço, prescritos pelo processo de modernização da sociedade, permitiram as culturas em questão um estreitamento entre os seus modos de ser e viver, ao passo que mantem, dialeticamente, suas tradições e singularidades. Neste sentindo, as juventudes rurais se colocam em um dilema, como dito anteriormente: novos horizontes, para além do trabalho familiar na condição de subsistente da família e mantenedor da vida no campo, mas também presas a suas responsabilidades e condições instituídas pelo processo de formação da sua cultura. O que permitiu uma visualização dos enfrentamentos vividos, no que concerne as perspectivas de educação, modos de viver e trabalhar.