O consumo de medicamentos derivados de plantas é amplamente disseminado e tem aumentado significativamente nas medicinas tradicional e moderna. Segundo a OMS, mais de 80% da população mundial nos países em desenvolvimento depende primariamente dos medicamentos à base de plantas para as necessidades básicas de saúde.1 O Brasil possui uma extraordinária flora, onde, diversos princípios ativos são descobertos por pesquisadores para a prevenção, tratamento e cura de doenças. Nas últimas décadas, tem havido um interesse crescente na utilização de polissacáridos de plantas regionais, em particular os bioativos, para várias novas aplicações, devido à sua biocompatibilidade, biodegradabilidade, não toxicidade, e algumas atividades terapêuticas específicas. A jaca (Artocarpus heterophyllus Lam.) e o jucá (Caesalpinia férrea Mart.) são frutos promissores com confirmadas propriedades terapêuticas. A jaca é utilizada na alimentação, devido algumas propriedades medicinais que possui, as mais conhecidas são: antiasmática, antidiarréica, antitussíca, cicatrizante e diurética. A Caesalpinia férrea Martius, é uma árvore de grande porte pertencente à família Fabaceae. Ela é encontrada no Norte e Nordeste do Brasil. As propriedades farmacológicas dos seus frutos ou cascas do caule incluem atividades antiulcerogênica,2 anti-inflamatória,3 analgésica,4 anti-bacteriana,5 anti-hipertensivas,6 e quimio preventiva contra o cancer.7 Tendo em vista as propriedades medicinais destes dois frutos, neste trabalho optou-se pela extração e caracterização do amido extraído das sementes de jaca e das galactomananas extraídas das sementes de jucá objetivando futuramente melhorar suas propriedades terapêuticas e medicinais por meio da reação de quaternização. Os polissacarídeos obtidos foram caracterizados estruturalmente por Infravermelho, Ressonância Magnética de 1H e 13C, Cromatografia de Permeação de Gel (GPC), Análise Térmica (TGA e DSC) e por Difração de Raios-X.