A preocupação com a classificação das palavras é antiga, por exemplo, filósofos gregos e latinos que já faziam suas divisões. No Brasil, diante das múltiplas classificações, em 1959, a NGB foi publicada pelo Governo Federal, buscando uniformização e padronização não só das classes, mas de toda a nomenclatura gramatical do país. Conforme Monteiro (2002), o que existe é uma heterogeneidade de critérios, ou seja, critérios diferentes foram/são usados para definir a que classe pertence cada palavra: semântico, sintático e morfológico/mórfico. Além disso, a própria definição de palavra é fluida. Diante desse contexto, este trabalho objetiva analisar as dez classes de palavras reconhecidas pela NGB em duas diferentes gramáticas, observando os critérios empregados. A relevância desta pesquisa está, dentre outros aspectos, no fato do tradicional intenso e constante trabalho com as classes no Ensino Básico e na necessidade de se refletir sobre a língua nessa fase de ensino/aprendizagem, isto é, na necessidade de se realizar análise linguística, aliar o estudo gramatical ao texto. Metodologicamente, temos uma pesquisa qualitativa de cunho documental, na qual analisamos cada uma das dez classes, observando os critérios empregados. Como resultados, verificamos mudanças significativas entre as definições, as classes gramaticais são apresentadas de diferentes formas, por vezes todos os critérios explorados em uma gramática e por outras apenas um critério. Dessa forma, conclui-se que a exposição das classes de palavras traz mudanças em suas definições a partir da atribuição de critérios diferenciados, influenciando o processo de ensino/aprendizagem de língua portuguesa.