A democracia representativa liberal, regime político-institucional hegemônico no Ocidente, mostra, historicamente, sua imensa capacidade de limitar aquilo que, à primeira vista, parece ser o seu pressuposto: a participação popular. De tal modo, é premente fazer a discussão crítica da abrangência e das limitações dos modos de operar da democracia. A partir dessa premissa, o objetivo deste trabalho é construir um levantamento histórico e sociológico, tanto das situações de formação e emergência do regime representativo liberal, quanto de sua situação contemporânea, para fornecer elementos críticos para a análise desse arranjo político-institucional. Assim, evoca-se a sociologia – e sua potência crítica –, bem como seu ensino e divulgação como um instrumento de disseminação da reflexão analítico-crítica da situação política/institucional contemporânea, assim como do tensionamento da noção corrente e massificada do termo “democracia”. Tudo isso tendo em vistas a superação de um modelo político restritivo e limitado, buscando, além de sua negação crítica, a construção de uma imaginação política que seja capaz de engendrar uma democracia inclusiva, participativa, direta, igualitária e, em síntese, verdadeiramente democrática. Do ponto de vista metodológico, esta pesquisa se situa a partir de uma abordagem bibliográfica, pretendendo estabelecer-se como uma possibilidade não-absoluta de interpretação do objeto abordado.