Introdução: O presente trabalho busca fazer intervenções com a demanda de leitura e escrita que se faz muito presente na educação tendo em vista que as escolas brasileiras com métodos tradicionais não são preparadas para receber alunos de um contexto social fortemente agregado à periferia e que estão desmotivados para aprender. Trabalhando com a abordagem humanista rogeriana na educação, sabe-se que a relação entre professor e aluno deve caminhar para um aprendizado significativo extraindo toda a potencialidade do indivíduo e não desprezando sua carga de conhecimento. Método: O trabalho se dá com participantes da Escola Estadual Alice Carneiro em João Pessoa com 25 alunos do 7º ano do ensino fundamental II, entre eles um autista com comorbidade de TDAH. Resultado: No presente caso, a estagiária decidiu intervir em situações que trabalhem debates psicossociais no contexto escolar, não esquecendo da demanda principal. Trabalhou-se o rap, sabendo que na capacidade da consciência fonológica um dos níveis alcançados é a rima. Na oficina foi discutido questões como criminalidade, bullying, depressão, respeito e drogas e como a cultura do hip hop pode ser um escape para tudo isso e a prática do escrever ajuda nessas questões. Ao fim, os alunos mostraram suas criações, suas músicas, poemas, rimas, e desabafos para que todos presentes pudessem ouvir. Foi trabalhado também com grupo de meninas e meninos separadamente questões como feminismo, sabendo que o machismo é enraizado culturalmente principalmente nas regiões de periferia Então debateu-se questões de assédio, do que se é ensinado sobre o que é ser mulher na sociedade e questionado o papel do feminismo na vida delas. Grande parte das alunas já possuía uma vaga ideia sobre o movimento feminista, e muitas relataram ter sofrido assédio. A estagiária pediu que redigissem um texto de quinze linhas sobre o assunto. Todas as atividades planejadas até o presente momento visam trabalhar sempre alguma questão que possa direta ou indiretamente colaborar com a leitura e escrita, visando também extrair vivências do contexto social dos adolescentes presentes. É perceptível o impacto das experiências realizadas com os estudantes, da satisfação em conversar sobre temáticas das quais não são tratadas em sala de aula, da oportunidade de expor seus pensamentos para os colegas, e de possuir uma forma de aprender diferente. Conclusão: Em suma, diante do que já foi exposto, o estágio institucional se dá início no quarto período do curso e no quinto vem sua segunda parte com os planejamentos de intervenção. É de grande importância para que o discente tenha uma formação prática numa escola para atuar como psicopedagogo sabendo escolher as demandas, atuando com a equipe pedagógica e buscando intervir para uma solução. É notório que na turma atuante do 7º ano do caso citado não se poderia atuar de forma tradicional tendo consciência que são alunos de idades diferentes, de um contexto social de periferia e com dificuldades de aprendizagem distintas. Portanto, a escolha de trabalhar de forma significativa tem dado muito certo, buscando atingir a motivação dos aprendentes e o pensamento crítico dos mesmos.