DAXENBERGER, Ana Cristina Silva et al.. O desafio da avaliação qualitativa. Anais III CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/44827>. Acesso em: 23/11/2024 04:36
Falar de avaliação em uma concepção inovadora e preocupada com as questões qualitativas da aprendizagem do educando, nos faz retomar as nossas experiências enquanto docentes na educação básica, com populações que sofreram a exclusão escolar em algum momento em suas vidas. Estas memórias nos veem a cabeça, por entender que a educação é um direito de todos e deveria ser oferecida qualitativamente nas escolas e pensar em avaliação é entender que ela é primordial para a materialização do direito à educação.propor um debate sobre avaliação qualitativa nos remete à necessidade de compreender o papel social da educação, do professor enquanto profissional da educação, e às reais necessidades dos educandos na contemporaneidade e sujeito de direito à educação. Tanto na educação infantil, como no ensino fundamental e/ou na educação de jovens e adultos – para aqueles que se preocupam com o processo educativo na práxis dialética – é necessário um olhar para além das notas, menções ou parâmetros quantitativos. Ao pensar em avaliação precisamos ressignificar o conceito e a concepção de avaliação da aprendizagem para além dos pressupostos cartesianos.Por isso o objetivo deste paper é discutir sobre a importância da avaliação qualitativa que exige romper com as amarras da avaliação cartesiana, em que identifica o erro como um objeto para punição, violência e castigos.A avaliação da aprendizagem, a qual propomos está pautada nos princípios de entender o processo educativo dialético entre professor-aluno-mundo. Essa dialética deve se centrar nas perguntas-chave que estejam fundamentados no Projeto Político Pedagógico da escola e as quais devem fazer parte do cotidiano do professor no seu fazer docente: Quem é o meu educando? Que homem queremos formar? Que conhecimentos pretendemos ensinar? Quais são as práticas educativas que podemos desenvolver? Como avaliamos nossos alunos? Para que serve a avaliação da aprendizagem? Por que certos professores utilizam determinadas formas e instrumentos de avaliação? Como desenvolver práticas mais democráticas e inclusivas? Mesmo não tendo a intenção de discutir todos estes questionamentos, identificamos necessário pensar em avaliar qualitativamente como um processo que requer esforço pedagógico e social do professor, pois ele deverá aprender a refazer e a superar as práticas de avaliação, que muitas vezes ele mesmo vivenciou como educando. Avaliar qualitativamente significa entender que o sujeito em formação (o educando) é um ser social com sonhos, desejos, perspectivas, esperanças e formado no sabor das interveniências das relações sociais. Neste contexto, avaliar significa estimar, apreciar, examinar, implicando em coleta de informações sobre um determinado objeto e atribuir valor ou qualidade ao mesmo. Sendo assim, a avaliação qualitativa é mais do que comparação entre o objeto e um determinado padrão previamente estabelecido como parâmetro, formulando um juízo de valor, o qual a escola tem entendido como o único meio de avaliar. Acreditar na avaliação qualitativa significa que a avaliação não se esgota nela mesma; significa que como educadores devemos intervir, agir, corrigir os rumos de nosso trabalho para facilitar o caminho de nossos educandos na construção do conhecimento. .