As mudanças acerca do processo de produção de determinados materiais construtivos ocorridas ao longo do tempo são cada vez mais constantes, e um dos exemplos é a utilização de resíduos de atividades de construção e demolição. Objetivando atingir a sustentabilidade na construção civil é de fundamental importância o desenvolvimento de soluções projetuais que minimizem os impactos ambientais e maximizem a conservação dos recursos naturais decorrentes do uso e da produção destes objetos. É nesse contexto que esse trabalho se insere, ao propor a utilização do lodo de esgoto na fabricação de argamassas através de substituição parcial do cimento, verificando a resistência à compressão axial. Os materiais utilizados foram: Cimento Portland do tipo CP II-F 40. A opção por ele se deve ao fato de ser o único comercializado na região sem a existência de materiais pozolânicos em sua constituição, já que as cinzas do lodo de esgoto denotam tal potencial quando reagem com o Ca(OH)2, produto de hidratação do cimento; água potável proveniente do fornecimento público da cidade de Campina Grande-PB; agregado miúdo que foi seco em estufa à temperatura de 110 °C, e após sua secagem o mesmo foi passado na peneira de abertura 4,78 mm, sendo desprezado o material retido, objetivando desta forma diminuir a influência da zona de transição entre o agregado e a pasta; Lodo de Esgoto que foi coletado na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE Centro), da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA) do município de Petrolina-PE, que para obtenção da cinza realizou-se o processo de calcinação em forno mufla. Para o traço definido, no caso o traço 1:3, o cimento foi substituído parcialmente pelas cinzas do lodo de esgoto utilizando os percentuais de 5%, 10%, 15%, 20%, 25% e 30%. A partir das análises iniciais quanto à substituição do aglomerante hidráulico pelas cinzas do lodo de esgoto, observou-se que diante da substituição de 5% nos testes iniciais da pesquisa, o comportamento da argamassa não alterou-se drasticamente, mesmo que o processo de calcinação tenha ocorrido em temperatura ainda reduzida para conferir melhor reatividade pozolânica ao resíduo.