Estudos sobre a adequação da arquitetura ao clima para a obtenção do conforto não são recentes, porém, com a crise energética de 1970, a discussão sobre a necessidade de preservação dos recursos naturais passou a ter maior relevância. Conhecer e aplicar estratégias passivas contribuindo para a redução no consumo de energia na edificação e para a sustentabilidade, é uma questão imperativa. Diante deste ensejo, este trabalho objetiva avaliar a influência das características construtivas no desempenho térmico de duas unidades habitacionais, datadas em períodos distintos, localizadas na cidade de Pombal, município do semiárido paraibano. Para tanto, foram realizados levantamentos físico e fotográfico das variáveis construtivas utilizadas na envoltória (vedação e cobertura) e aberturas, de modo a verificar os impactos destas adoções quanto aos requisitos recomendados pela zona bioclimática 7 da Norma Brasileira de Desempenho Térmico de Edificações. Com base nos resultados, identificou-se que a residência mais antiga, datada dos anos 70, não apresenta recuo lateral e vegetação, sobretudo na fachada oeste, o que pode implicar no aumento da temperatura e comprometer o conforto térmico nos ambientes internos. Em contrapartida, a residência mais recente, datada do ano de 2013, seguiu algumas estratégias de condicionamento quanto aos materiais da cobertura, com a utilização de três camadas (telha cerâmica, laje e forro) que proporcionam maior atraso térmico e utilização de recuos laterais. Todavia a alvenaria é composta por materiais de baixa densidade e pouco espessas, aumentando a transferência de calor pela vedação.