A seca é um fenômeno fisiológico multidimensional, responsável por grandes perdas na produção de espécies importantes como o amendoim, oleaginosa de alto valor comercial, cultivada em vários países. A introgressão de genes de espécies selvagens para o amendoim é vista como importante alternativa para ampliação da base genética e geração de novos materiais com tolerância à seca. Por sua vez, a avaliação das trocas gasosas e da fluorescência da clorofila a pode auxiliar na seleção de materiais promissores, visto que é uma importante ferramenta para o diagnóstico do aparato fotossintético em condições de seca. Neste estudo, reporta-se sobre procedimentos de seleção aplicados numa população oriunda do retrocruzamento BR 1 x [BR 1 x (A. batizocoi K9484 x A. duranensis SeSn 2848)4x] baseando-se nas respostas fisiológicas ao estresse hídrico, além da precocidade e produção. Foram avaliados 64 anfidiploides RC1F4 submetidos à supressão da irrigação. As cultivares BR 1 e Senegal 55-437, além da linhagem LViPE-06, foram utilizadas como controle tolerantes e sensível à seca, respectivamente. O cultivo foi realizado em vasos (30 L) instalados em casa de vegetação na sede da Embrapa Algodão, Campina Grande-PB. As plantas foram irrigadas diariamente, mantendo umidade próxima a 100% da capacidade de campo. A supressão da irrigação foi iniciada na antese perdurando por 15 dias, quando foram avaliadas as trocas gasosas e quenching não fotoquímico em todas as plantas. Estes dados foram utilizados na análise de agrupamento, com base no método hierárquico UPGMA, com o intuito de identificar grupos de genótipos com perfil fisiológico similar. Foi utilizado, ainda, o início da floração, número e peso de vagens por planta como critério de seleção dentro do grupo contendo as cultivares tolerantes. Cinco grupos foram formados, dentre os quais se destacou o Grupo 2, onde 26 anfidiploides foram congregados junto a BR 1 e Senegal 55-437. No geral, estes genótipos tiveram maior capacidade fotossintética quando comparada a média dos 64 anfidiploides em condição de seca. Dos 26 anfidiploides, oito foram selecionados por serem também promissores quanto à precocidade (22 a 23 dae), número e peso de vagens por planta (≥ 15 unidades e ≥ 20 g, respectivamente). Os descritores fisiológicos foram responsivos em discriminar os genótipos com tolerância à seca. Os anfidiploides 51 P4, 51 P8, 53 P4, 78 P1, 79 P6, 79 P9, 82 P6 e 96 P9 são promissores quanto a tolerância à seca.