Nas áreas semiáridas e áridas do mundo, como o Alto Sertão paraibano, a água dos mananciais de superfície e subterrâneos está cada vez mais carente em quantidade e qualidade química. Essa situação exige o monitoramento sistemático dos teores totais pela condutividade elétrica e composição dos componentes catiônicos e aniônicos e, constitui atividade obrigatória para a continuidade do sistema de produção agropecuário. Nesse sentido, a condutividade elétrica e os teores de cálcio, magnésio, sódio, potássio, cloreto, carbonato, bicarbonato e sulfato da água de um poço amazonas, do Centro de Ciências Humanas e Agrárias (Campus-IV), da Universidade Estadual da Paraíba, Catolé do Rocha, Paraíba, com diâmetro e profundidade, respectivamente de 4 e 11 m e vazão média anual de 2,2 m3 h-1, foram obtidos mensalmente de janeiro a dezembro de 2017. Pelos resultados, apesar do aumento da condutividade elétrica de 0,89 para 1,16 mS cm-1 e da razão de adsorção de sódio (RAS) de 4,43 para 10,45 (mmolc L-1)1/2 não alterarem a qualidade da água para fins agrícola, exibindo risco médio de salinizar (C2) e risco baixo de exercer sodicidade ao solo (S1), toxicidade e desbalanço nutricional às plantas, com classificação geral C2S1, a concentração de sais dissolvidos aumentou de 0,57 para 0,74 g L-1 entre os períodos das chuvas e da aridez. Esse aumento expressa um alto incremento de quase 30% no total de sais dissolvidos no período avaliado. As ordens das composições foram Na+>Ca2+> K+>Mg2+ para os cátions e Cl->HCO3->SO42->CO32- para os ânios, respectivamente com 76,6; 12,8; 5,8 e 4,8% para cátions e 65,4; 28,5; 5,0 e 1,0% para os ânios. Pela situação atual dos mananciais do mundo, inclusive do Brasil, especialmente da Paraíba, a necessidade de alimentos humanos e o suporte alimentar aos rebanhos, águas com condutividade elétrica acima de 1,0 mS cm-1 que não eram recomendadas para irrigação há 50 anos, atualmente são consideradas de boa qualidade para agricultura. Essa necessidade precisa está acompanhada de cautela porque a irrigação com 400 mm de água de 1,16 mS cm-1, em 120 dias, conforme dados do poço no presente estudo, pode adicionar ao solo 2.970 kg ha-1 de sais, dos quais 2,275; 380; 172 e 143 kg ha-1 são das espécies sódio, cálcio, potássio e magnésio, respectivamente.