As diversas práticas de leitura que permeiam o espaço escolar trazem consigo o desejo de formar leitores, embora muitas vezes não consigam, pois ainda encaram o ato de ler como estritamente ligado à mera decodificação do texto escrito. Nas últimas décadas, muitos são os incentivos e pesquisas de estudiosos voltados para uma ressignificação do ensino-aprendizagem de leitura nas escolas, visto que estas ainda não estão desenvolvendo seu papel a contento. Essa ressignificação do ensino-aprendizagem de leitura pressupõe um trabalho dentro de uma perspectiva interacional de linguagem, de forma que a construção do conhecimento aconteça através de um processo de interação em que as trocas dialógicas contribuam para a efetivação da aprendizagem. Neste contexto, a leitura não é vista como um processo de mera decodificação de signos linguísticos, mas como um processo ativo de construção de sentido que se configura entre leitor, texto e autor. Trata-se de uma atividade que implica o uso de estratégias de antecipação, inferência e verificação. O Relato versará sobre uma experiência vivenciada com o projeto de leitura “A Mala da Leitura”, tendo como sujeitos participantes os alunos da ensino fundamental, turma do 3°ano, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Felipe Tiago Gomes, Picui-PB. Tal projeto consistiu em uma experiência de leitura vivenciada pelas crianças, tanto na família quanto na escola, na qual houve a alternância do sujeito mediador da leitura, ora sendo ele a professora, na instituição escolar, ora sendo um dos pais ou parentes próximos, no contexto do lar e também na escola, grande ápice do projeto. O principal objetivo é discutir o impacto do referido projeto na formação das crianças como leitoras e na relação entre família e escola, já que o mesmo proporcionou reflexões a respeito tanto do papel da leitura na formação do sujeito quanto da importância da família nesse processo.