Este trabalho teve por objetivo pesquisar a postura resiliente dos professores e sua manifestação na prática profissional. Para a coleta de dados utilizamos questionários, observações de aulas e entrevista de autoconfrontação. Seus objetivos foram realizar um estudo teórico, a fim de verificar como os pesquisadores vêm tratando o fenômeno da resiliência na área da Educação e observar de que forma as características resilientes dos professores do Ensino Fundamental 1 se materializavam em suas práticas docentes. As relações de amizade e confiança entre educador e educando, quando preservadas, podem ser de grande valia para o desenvolvimento do aluno. Daí tem-se que, muito mais do que favorecer e/ou estimular o desenvolvimento cognitivo, uma missão efetivamente educacional é quando o educador, em sua inteireza, assume o compromisso com a formação humana de seus educandos. Ambas as professoras pesquisadas demostraram ser necessário trabalhar em sala conteúdos que vão além do puramente pedagógico. Cláudia, a professora com mais características resilientes, destacou a importância desta postura durante a entrevista de autoconfrontação e a demostrou espontaneamente durante as nossas observações de suas aulas. Percebemos que ela, desde o início da pesquisa, pareceu pouco paciente e de personalidade forte, não medindo esforços para manter a sala sob controle (para que os alunos pudessem se concentrar), ajudando a turma. Uma de suas características marcantes foi a humildade, reconhecendo a inadequação de algumas posturas assumidas e demonstrando disponibilidade em mudar. A outra professora, dotada de características menos resilientes da amostra, Paula, apesar de ter se mostrado inexperiente, também não deixou de enfatizar o processo de ensino-aprendizagem, assim como a interação entre os pares. Em momentos de distrações dos alunos, esteve sempre atenta com a finalidade de trazê-los ao objetivo das aulas, embora algumas vezes não tenha conseguido. Infelizmente, por motivos superiores, não pôde prosseguir participando de nossa pesquisa na etapa da autoconfrontação. É válido salientar que, tanto Cláudia, quanto Paula, não se limitaram a questões técnicas, sempre buscando trabalhar o lado humano dos alunos, mesmo diante das dificuldades e particularidades. E que, assim como ocorrido na pesquisa de doutorado de Leal (2010), as características resilientes das professoras não foram determinantes na assunção de posturas mais eficientes em sala de aula, estando restritas ao âmbito relacional.