COSTA, Jose Luiz Silva Da. Revolução, educação e emancipação em bakunin e marx.. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/38581>. Acesso em: 02/11/2024 12:42
O presente estudo aborda os conceitos de revolução, educação emancipação humana e suas relações. Objetiva-se com tal temática esclarecer à estrita relação entre a sociedade organizada em classes sociais antagônicas e os processos de luta, consciência, e educação que delas surgem. Tal trabalho é proposto a partir dos textos dos filósofos: Mikhail Bakunin e Karl Marx, demonstrando também as diferenças teóricas de suas teses e seus desdobramentos práticos. Bakunin descreveu de modo articulado a interdependência a relação entre Estado-Nação, modo de produção capitalista e império e demostrou que estes são elementos da construção da educação e do saber dos de cima, que gera na relação inversa o processo de resistência coletiva desenvolvida pelos trabalhadores em defesa da emancipação do trabalho sobre o capital, gerando um conflito entre as formas integrais epistemológicas de dominação que devem ser superadas por formas igualmente integrais de emancipação, por meio da tomada do poder e do controle dos trabalhadores da vida econômica, politica e educacional da sociedade. Isso se dá, no domínio no modelo educativo, que se baseia, sobretudo na compreensão do conhecimento como um constructo do trabalho e resistência coletiva, gerando uma Pedagogia sociopolítica a serviço dos de baixo. Em Marx a categoria emancipação passa a ter um sentido político-social, e é na crítica do estado burguês que se assenta sua crítica, que mesmo no raiar da modernidade ao se emancipar a religião do estado mantem-se a desigualdade e a exploração, baseadas na propriedade privada e nas classes sociais como seus pilares, e é a partir disso que a transformação das estruturas da sociedade através da organização social do proletariado como categoria e (força política organizada) força motriz impulsionadora das mudanças sociais e, portanto responsável pela sua própria emancipação. Essa reconstrução filosófica conduz a um sentido coletivo e político da emancipação humana, reafirmando uma concepção de educação capaz de construir no ser humano, consciência, organização e a sua humanidade plena. As duas propostas reconhecem e partem de um mesmo ponto, a saber: a divisão de classes, a exploração social, o poder transformador do trabalhador e da educação, entretanto divergem quanto ao modelo de educação, a tática e a estratégia para sua libertação e os agentes sociais que executam tal ruptura sistêmica, e de tais divergências surgem experiências históricas diversas que se conflitam e se põe a prova na roda viva da história.