Resumo: Discute-se bastante, no atual contexto educacional, o fato de que muitos alunos ainda não consolidaram o gosto pela leitura, não leem com proficiência muitos dos textos com os quais se deparam e não se posicionam criticamente diante dos mesmos. Concomitante a essa discussão, nós, professores da Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Presidente Geisel, do município de Juazeiro do Norte – CE temos preconizado alternativas metodológicas para guiar o trabalho em sala de aula, visando (re)significar o contexto da ação docente, com vistas a formação leitora do aluno. Diante disso, apresentamos o presente relato, que é fruto de uma experiência vivida nas turmas de ensino médio da referida escola e sustentou-se na proposta de sequência básica (SB) criada por Cosson (2014). A sequência básica aconteceu durante o primeiro semestre do ano letivo de 2017 e teve como obra norteadora a versão infanto-juvenil do romance inglês Jane Eyre, de Charlotte Brontë. A escolha da obra, que pertence ao gênero Bildungsroman justificou-se pelo potencial do texto para discussão acerca da mulher emancipada, a frente do seu tempo. Além do viés feminista, a obra condiciona uma reflexão acerca da raça humana, podendo ser inserida na perspectiva da crítica póscolonialista, uma vez que percebemos, através das personagens Bertha Mason, – a jamaicana - e Jane Eyre, a narradora inglesa, indícios de superioridade da raça branca sobre qualquer outra raça. Tais discussões proporcionaram, a todos os envolvidos, um “descortinamento” da visão colonizada que ainda apresentamos, além de contribuir para o letramento literário.