Objetiva nosso trabalho evidenciar a literatura de cordel brasileira como recurso pedagógico para discutir temas relacionados à Educação Ambiental no ambiente escolar, a partir da percepção de alguns cordelistas contemporâneos do Cariri cearense. Os folhetos que compõem nosso corpus de análise foram selecionados a partir do Projeto de Catalogação da Cordelteca Leandro Gomes de Barros da Lira Nordestina, equipamento cultural ligado á Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri – PROEX-URCA. Os cinco cordéis selecionados indicaram a inquietação de seus autores com o destino do homem, da flora e fauna, enfim, com a qualidade de vida de nosso Planeta e que para tanto utilizam a estratégia da denúncia e reflexão em suas rimas, sendo de expressiva importância para a socialização de uma situação de calamidade planetária. Nesse contexto, procuramos refletir sobre as percepções sociais denunciadas nos folhetos como fonte para traduzir e discutir as representações da Natureza e do Meio Ambiente através da pesquisa bibliográfica sob a perspectiva Ecocrítica, teoria que analisa a relação entre a literatura e o meio ambiente com uma interface específica que são as relações que se estabelecem entre o homem e o meio ambiente a partir de uma perspectiva ecocêntrica no texto literário, apontando a esfera e o contexto da escrita e sua recepção. A literatura abre um mar de possibilidades de enxergar e entender o mundo, nesse sentido, a perspectiva ecocrítica é uma das várias possibilidades de leitura, quando procuramos analisar as relações dos seres humanos com a Natureza e o Meio Ambiente através do viés literário. Concluímos que o relato nas rimas das narrativas dos poetas cordelistas sobressai uma preocupação com o sertanejo e sua qualidade de vida, associadas que estão aos elementos ambientais como o solo, a vegetação, clima, fauna e flora.