O presente trabalho volta-se não somente para uma análise da variação linguística em Livros Didáticos de Língua Portuguesa, mas também apresenta como principal objetivo observar o tratamento que esses materiais de apoio pedagógico dão aos temas que envolvem a variação linguística. Como lastro teórico em que se assentam nossas discussões apoiamo-nos, principalmente, em Bagno (2003 e 2007) que pensa que a língua deve atender as mudanças sociais. Além de observar as orientações de Cezario/Votre (2010) e Lehmkuhl (2015). Dito isso, os nossos critérios de escolha para seleção do material de análise partiram da necessidade de analisar uma coleção que fosse mais antiga e outra mais recente, como forma de criar paradoxos em torno delas. Sendo assim, os livros didáticos selecionados foram: Singular e Plural: leitura, produção e estudos de linguagem de Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar e Shirley Goulart (2012) e Linguagem nova de Faraco & Moura (2003), ambas as coleções do ensino fundamental II. Alguns resultados puderam ser empreendidos a partir da leitura e análise dessas obras: as coleções tratam da variação linguística apenas no 6º ano (antiga 5ª série) do ensino fundamental II. Além disso, o tema é tratado de forma mínima pelos livros, sendo assim, apenas uma pequena parte é dedicada para tratar do assunto. E por último, e não menos importante, as obras não dão atenção necessária para a pluralidade linguística existente na sociedade. Priorizando, assim, apenas variedades regionais.