O presente trabalho apresenta a trajetória do debate sobre a Convivência com o Semiárido, que vem a quase três décadas sendo construído e implementado na região norte do estado da Bahia, com relevante contribuição do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA e da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA, no ano de dois mil e dezesseis (2016) foi instituída como lei estadual e regulamentada neste ano em curso (2017). Trata-se de uma proposta de natureza popular, resultado da luta pela terra e por uma educação contextualizada, tecida pelas organizações da sociedade civil organizada, que se contrapõem ao paradigma governamental de combate à seca na região Nordeste do Brasil. Deste modo, foi elencado a fenomenologia como método de pesquisa, permitindo observar qual a relação vivenciada pelos movimentos sociais, entidades de apoio, camponeses/as, agricultores/as familiares, povos e comunidades tradicionais, na luta em defesa de uma política adequada para a região, e assim, compreender como esses percebem sua existência no mundo, que é também do Semiárido Brasileiro. A fenomenologia possibilita apresentar o vivido, o sentido, a percepção dos sujeitos e suas formas de compreender o mundo e o próprio ser humano. Assim, para que de fato mude a realidade sociopolítica e econômica do Semiárido brasileiro, se faz necessários políticas públicas construídas com a participação popular, e consequentemente essas sejam fomentadas e efetivadas pelo estado, por meio dos entes de nível municipal, estadual e federal responsáveis por fazer cumprir as legislações que de certa forma asseguram direitos as populações, sejam elas do campo, assim como da cidade.