O enfrentamento da desertificação no Brasil é algo que precisa ser feito urgentemente visto a falta de sistemas de informação adequados e o consequente desconhecimento dos órgãos governamentais e das sociedades locais sobre a gravidade e avanço da desertificação nas áreas susceptíveis. A Bahia está dividida em 27 Territórios de Identidade, os quais podem ser definidos como um espaço físico, geograficamente delimitado, geralmente contínuo, caracterizado por múltiplos critérios de ordem socio-cultural, econômica e ambiental. Objetivou-se investigar a percepção ambiental dos moradores das cidades de Guanambi e Livramento de Nossa Senhora, ambas no Território de Identidade do Sertão Produtivo da Bahia e promover intervenções sobre o ordenamento do território através da realização de Oficinas de Educação Ambiental com professores do ensino fundamental da rede municipal das áreas urbana e rural. As investigações sobre percepção ambiental e as Oficinas foram realizadas nos anos de 2015 e 2016 em cada uma das cidades participantes. As entrevistas mostraram que a percepção ambiental da população dos municípios é de que a degradação ambiental existe, entretanto, não souberam precisar a gravidade do problema desertificação e nem se ocorre nos municípios estudados. Através da realização das Oficinas de Educação Ambiental, constatou-se que estas foram fundamentais para sensibilizar os atores sociais envolvidos de forma a diminuir ou retardar os efeitos da desertificação nas áreas estudadas, tendo na educação uma das formas de alerta e mudança social para que o ordenamento do território através da gestão da interação ser humano /espaço natural ocorram de forma mais racional. Consiste ainda no planejamento das ocupações de áreas naturais para uso agrícola e, no aproveitamento potencial das infraestruturas existentes nos locais estudados assegurando, assim, a preservação de recursos naturais. Chamou atenção o fato que muitos dos participantes das Oficinas não se reconheciam como sujeitos provocadores de impactos revelando, assim, a necessidade de interferência educativa junto aos atores sociais envolvidos e nas comunidades estudadas. O estabelecimento de uma agenda que envolva ações de ensino, pesquisa e extensão são formas de contemplar diferentes temáticas direcionadas a formação e sensibilização dos agentes educadores e das comunidades nos locais estudados.