A vida no sertão paraibano apresenta-se em múltiplos olhares para os sujeitos que nesta territorialidade habitam. Muitas vezes os laços de sociabilidade, afetos, conflitos construídos vão sendo sustentados a partir da arte de viver que homens e mulheres se organizam. Trazer a reflexão a vida em seus diferentes aspectos entrelaçando tal perspectiva com os estudos de gênero nos permite dialogar com a História e a literatura, apontando o saber literário como um lugar de compreensão da historicidade que os sujeitos no sertão paraibano são apresentados nas representações literárias. Este artigo tem como proposta discutir sobre a condição da mulher, através de sua luta e resistência contidas na obra da escritora Valéria Rezende, O Voo da Guará vermelha. Nela a autora vai delineando os lugares da mulher, na configuração da paisagem do semiárido paraibano, a partir do sertão. O objetivo deste estudo é refletir sobre as relações de gênero, chamando atenção para o lugar do feminino na obra de Valeria Rezende, O Voo da Guará Vermelha, articulando esta discussão a partir do olhar sobre o semiárido. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cuja fonte utilizada é a literatura. Como autores que nos inspiraram na feitura deste texto temos os trabalhos de REZENDE (2005), CHARTIER (1990), DEL PRIORE (2000), MELO NETO (1958), (CARVALHO, 2011), BORGES (2010), NASSIF (2013) , SWAIN (2011), PERROT (1992), GOMES (2011), GONÇALVES (2006), NORA (1993), CANDIDO (1985), ABERCROMBIE (1984), DAROS (2013) , SCOOT (1989). Consideramos que a literatura em interface com a história na abordagem de gênero, possibilita perceber as traduções do viver cotidiano, ela permite construir novos olhares sobre o contexto social, com base nas representações que são elaboradas sobre uma dada realidade.