A Caatinga é a principal vegetação do semiárido brasileiro, o bioma apresenta uma abundância de
espécies vegetais e uma biodiversidade que favorece o uso destas em atividades econômicas. Essa
característica faz da Caatinga um grande objeto para a realização de monitoramento tecnológico que se trata
do monitoramento em bases de patentes. Este trabalho teve como objetivo a realização do monitoramento
tecnológico de cinco espécies nativas da Caatinga: Anadenanthera colubrina, Myracrodruon urundeuva,
Schinopsis brasiliensis, Spondias tuberosa e Ziziphus joazeiro em bases de patentes. Para o monitoramento
foram utilizadas seis bases de patentes, sendo elas: CIPO, EPO, INPI, LATIPAT, PATENTSCOPE e USPTO.
As buscas foram realizadas a partir dos nomes científicos e/ou nome vulgar. De posse dos documentos de
patente foram definidos critérios de inclusão ou exclusão dos documentos para a análise dos dados. Foram
encontradas 93 patentes em 14 países e duas organizações. O país que apresentou a maior quantidade desses
documentos foi o Brasil (35,48%), seguido pelos Estados Unidos (11,83%). Do total de documentos
encontrados 3,23% tornaram-se domínio público. De acordo com a análise temporal do depósito das patentes,
observou-se aumento dos depósitos ao longo do tempo. A espécie que apresentou mais usos em patentes
depoistadas foi o Ziziphus joazeiro (68,82%), seguido pela Spondias tuberosa (11,83%), Myracrodruon
urundeuva (9,68%), Anadanthera colubrina (7,53%) e Schinopsis brasiliensis (2,15%). Os documentos se
dividiram em 12 áreas tecnológicas, e 81,72% das patentes receberam a IPC A61K que tem relação ao uso
farmacêutico. O maior depositante desses documentos foram empresas (67,74%), seguidas de pessoas físicas
(18,28%) e por último as instituições de pesquisa (13,98%). Podemos concluir que existe interesse econômico
nas espécies da Caatinga e que boa parte desta tecnologia desenvolvida pertence a estrangeiros. Isto leva a
necessidade de incentivo para que brasileiros façam o correto uso deste bioma e se capacitem na área de
propriedade industrial para proteger seu próprio patrimônio natural.