O Polo Gesseiro do Araripe, inserido no Sertão do Araripe-PE, produz 97% de todo o gesso consumido no Brasil. A demanda energética responsável por essa produção gera uma grande pressão sobre a vegetação Caatinga, uma vez que a matriz energética é excepcionalmente dependente da lenha para a produção do gesso, tornando necessárias alternativas para suprir a demanda dessa atividade. Diante disto uma alternativa viável é o plantio de florestas do gênero Eucalyptus spp., contribuindo para o fornecimento da biomassa florestal, lenha e carvão vegetal, além de evitar a utilização ilegal de produtos extraídos de florestas naturais, diminuindo assim a pressão sobre as florestas nativas.
Assim, a crescente demanda de biomassa para a geração de energia vem impulsionando a necessidade de oferta de florestas plantadas, tornando-se imprescindível introduzir ou aperfeiçoar técnicas silviculturais e materiais genéticos que contribuam eficientemente para o aumento da produtividade e melhoria na qualidade das plantações, conferindo-lhes sustentabilidade dos processos e produção, sem prejuízos ambientais.
As técnicas silviculturais aplicadas a um plantio florestal agem de forma direta sob a qualidade da madeira produzida, assim, torna-se ideal definir os tratamentos adequados a serem aplicados com base no produto ao qual se destina o plantio. Diante disto, efeitos causados pelos diversos espaçamentos dos povoamentos florestais sobre o desenvolvimento e a qualidade da madeira vêm despertando o interesse de pesquisadores e empresas florestais.
A escolha de clones e espaçamentos adequados a um dado objetivo é o primeiro passo para a implantação de um plantio florestal. A escolha do espaçamento inicial de uma floresta plantada, por exemplo, é de fundamental importância visto que condiciona a quantidade de recursos do sítio disponíveis ao desenvolvimento das espécies plantadas, além de influenciar na taxa de crescimento, qualidade da madeira, idade de corte e consequentemente, os aspectos econômicos do investimento.
Desta forma, o objetivo geral do trabalho foi verificar se há influência do espaçamento no diâmetro e altura dos híbridos de Eucalyptus spp. na região do semiárido do Araripe. O plantio se encontra instalado na Estação Experimental do Instituto de Pesquisas Agronômicas de Pernambuco (IPA), onde foram coletados os dados de altura e diâmetro a altura do peito (DAP) de dois híbridos de Eucalyptus spp. estabelecidos em um teste clonal com cinco espaçamentos distintos e quatro repetições por tratamento. Os dados coletados em campo serão tabelados, organizados e submetidos à análise de variância (ANOVA), as médias significantes serão submetidos ao teste de Tukey ao nível de significância de 5% de probabilidade.