A Caatinga vem passando por alterações históricas através da elevada retirada da
vegetação nativa para o desenvolvimento de diferentes atividades econômicas, o que vem ocasionando vários
problemas ambientais que associados a condição climática local, tem como consequência, a dificuldade de
regeneração de ecossistemas que suportam as ações antrópicas realizadas no semiárido. Este trabalho teve
como objetivo avaliar o índice da emergência de sementes nativas da Caatinga semeadas em condições
naturais do semiárido, especificamente no Cariri paraibano e analisar de acordo com os resultados quais as
melhores espécies que podem ser indicadas para o reflorestamento ou recomposição da vegetação em áreas
degradadas. Foram semeadas 150 sementes na parcela experimental 2 (P2) de 100m², declividade de 3,6%,
tipo de solo predominante sendo o Luvissolo Crômico Órtico, grupo hidrológico C, porosidade igual a 0,398
e densidade de 1,65 g/cm³, situadas na Bacia Experimental de São João do Cariri, PB. Durante o período de
31 de julho a 09 de outubro de 2015, após 70 dias de monitoramento, houve apenas 2,8 mm de registro de
precipitação diária acumulada, assim para manter a condição mínima de umidade do solo para o
desenvolvimento das germinações, eram realizadas regas no início e final do dia, com um volume de 120L
por dia. Das 150 sementes utilizadas, apenas dezesseis germinaram nas três primeiras semanas, totalizando
10,7%, do total semeado, sendo 10% de catingueira (Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz) e apenas
0,7% de maniçoba (Manihot esculenta Crantz). A maioria germinou na parte inferior da parcela 2 (P2) que
possuía um teor de umidade de 14,6% no dia em que foi efetuado o semeio. De acordo com os resultados
obtidos foi possível concluir que é promissor o uso das sementes nativas da Caatinga para reflorestamento e
recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas, em especial as sementes da (Poincianella
pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz) que apresentou os maiores valores de emergência associado aos maiores
teores de umidade do solo. Na região do semiárido as áreas de margens de rios e de baixios são apropriadas
para a semeadura das sementes, por possuírem maior umidade do que as áreas mais elevadas como as
vertentes e os topos de montanha.