O emprego de fontes renováveis de energia apresenta-se cada vez mais promissor mundialmente.
Fato influenciado pela não geração de impactos ambientais e pela disponibilidade gratuita. O Brasil é um
país privilegiado em termos de radiação solar, com índices de radiação comparáveis às melhores regiões do
mundo nessa variável. Uma das aplicações da energia solar é atuar como fonte primária de energia através da
sua conversão em calor. Usualmente, coletores solares são empregados para a conversão da energia solar em
energia térmica objetivando o aquecimento domestíco da água. No entanto o emprego de superfícies
seletivas (superfícies que têm a capacidade de absorver a maior quantidade de radiação possível ao mesmo
tempo que limitam as perdas de calor por radiação), nos coletores solares, têm possibilitado a ampliação
desse uso, fazendo com que possam atuar em temperaturas acima de 100°C sem grandes perdas térmicas,
aumentando assim sua eficiência. O presente estudo teve por objetivo analisar se a cinza do bagaço da cana-de-açúcar podia ser empregada como matéria prima para a fabricação dessas superfícies através da técnica de
ativação alcalina. Para isso, foi realizada o beneficiamento de dois tipos de cinza (leves e pesadas)
proveniente de duas usinas do Estado da Paraíba, sob essas cinzas foi realizada uma caracterização química
para avaliar sua capacidade pozolânica, posteriormente foi executada a ativação alcalina com a cinza que
apresentou maior concentração de óxido de silício. Em seguida, ocorreu a deposição do filme produzido
sobre substratos de cobre e aço inoxidável. Após avaliação óptica dos filmes fabricados, foi verificado que o
substrato de cobre se apresentou como o mais adequado para a obtenção de superfícies seletivas quando
utilizados os filmes a base de cinzas do bagaço de cana-de-açúcar avaliado nesta pesquisa.