Analisar os sedimentos de fundo de reservatórios e demais corpos hídricos destinados ao abastecimento humano é algo que cresce em importância, devido a necessidade de se realizar o estudo e monitoramento das águas que, no semiárido brasileiro, tem sua disponibilidade reduzida. Logo, estudar as características dos elementos químicos contidos no sedimento é relevante na medida em que a dispersão e mobilidade dos contaminantes presentes nos corpos hídricos relacionam-se com processos físicos como a sedimentação, que influenciam na qualidade hídrica local. Neste trabalho, foi realizado o estudo dos sedimentos através de fluorescências de raio X de quinze reservatórios, localizados no Ceará, determinando as porcentagens de cada espécie química nas amostras. Os reservatórios em questão têm suas águas destinadas a usos múltiplos como irrigação, abastecimento humano e piscicultura, além se encontrarem em processo de eutrofização. Entre os resultados, destacam-se os altos teores de SiO2 e Al2O3, devido a predominância de cobertura cristalina em quase todo o território cearense. Em relação a qualidade da água, observou-se a presença de iodo no Gavião, de altos teores de cloreto no Malcozinhado e de SO3 em muitos dos reservatórios analisados. Esse fato pode ser explicado pela grande pressão antrópica e estados de trofia considerados eutrófico ou hipereutrófico, nesses locais. A partir da análise dos dados de sedimento, conclui-se que a fluorescência de raio X é uma metodologia que permite relacionar mais facilmente as características observadas e medidas no corpo hídrico com a situação da qualidade de água local, servindo de diretriz para identificação de diversidades e anomalias que podem acometer a disponibilidade e qualidade hídrica em reservatórios.