Buscamos neste artigo, analisar a expansão do hidronegócio no semiárido, a partir dos projetos de irrigação, pela ótica das políticas públicas de caráter desenvolvimentista. E como a implantação deste tipo de política modifica não apenas o aspecto econômico e/ou territorial, mas também interfere no modo de vida dos sujeitos sociais que passam a viver sob a lógica capitalista de forma mais direta, afim de facilitar a reprodução do capital. Para a construção deste trabalho, realizamos uma revisão bibliográfica contemplando autores como Albuquerque Jr. (2011), Dourado (2011), Malvezzi (2012) e Thomaz Jr. (2010), dentre outros. Além de utilizar a Lei nº 6.662, de 25 de junho de 1979. Nossas reflexões nos permitem afirmar que as políticas de caráter desenvolvimentista implantadas no semiárido nordestino tinham por objetivo o crescimento econômico da região de forma a propiciar a reprodução ampliada do capital, em detrimento do desenvolvimento social da região e da população residente. Conseguimos perceber ainda as contradições existentes, ao vermos que a escassez hídrica é considerada um entrave para o desenvolvimento da população pobre do semiárido, mas parece favorecer o desenvolvimento do agronegócio agroexportador. A inserção desses projetos no semiárido acaba por acentuar as desigualdades existentes no que diz respeito à concentração de terra e de renda por parte da elite dominante.