Introdução: O processo de envelhecimento da população humana é um fenômeno mundial e o desafio no século XXI será conhecer essa população, a maioria com níveis socioeconômicos e educacionais baixos e, como algumas pesquisas indicam, com alta prevalência de doenças crônicas e incapacitantes. (PALÁCIOS, 2004). O envelhecimento não é um processo unitário, não acontece de modo simultâneo em todo o organismo, nem está associado à existência de uma doença. O homem se preocupa com a memória desde a antiguidade. Aristóteles, em Tratado das Coisas Naturais, define a memória como “a faculdade de reter coisas que voltam espontaneamente do espírito. O registro e o resgate se fazem sem esforço” (SANTOS, ANDRADE, BUENO, FRANCISCO & 2009). Para Tulving, é a habilidade natural do organismo vivo para reter e utilizar a informação adquirida; está intimamente ligada a “conhecimento”, aquisição e retenção de informação (SANTOS et al, 2009). Objetivos: Analisar pesquisas realizadas nos últimos dez anos sobre memória e envelhecimento fisiológico e verificar se este é acompanhado de declínio cognitivo; além de averiguar se há relação entre nível acadêmico e comprometimento da memória em idosos no envelhecimento fisiológico. Metodologia: A pesquisa foi realizada em artigos indexados nos bancos de dados Scielo e Bireme, a partir das fontes Lilacs e Medline. Na busca dos artigos foram utilizadas as seguintes palavras chaves: envelhecimento fisiológico, memória e escolaridade. Resultados: Entendemos que o envelhecimento envolve múltiplos fatores endógenos e exógenos, os quais devem ser considerados de forma integrada, sobretudo em situações diagnósticas. O envelhecimento traz como consequência a reorganização global das redes neurocognitivas e mudanças neurais regionais, o que pode ser demonstrado pelo desempenho de jovens e idosos em tarefas de memória episódica, operacional, percepção e controle inibitório em estudos de neuroimagem funcional. Esta reorganização se caracteriza pela diminuição da lateralização hemisférica funcional, em contraste com um aumento na atividade bilateral em adultos mais velhos (SANTOS et al, 2009). Um fator de proteção muito pesquisado atualmente é o nível de escolaridade. Um estudo realizado pelo SABE - Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento avaliou 2.143 idosos residentes na cidade de São Paulo com idade acima de 60 anos, contstou-se que 60% destes idosos possuem menos de 7 anos de escolaridade. Problemas cognitivos, observados em 11% da amostra, foram mais frequentes em idosos que nunca frequentaram escola (em 17%) do que em idosos com mais de sete anos de estudos, dos quais apenas 1% relatou dificuldades (LEBRÃO, 2003). A escolaridade tem sido associada a um bom desempenho em tarefas cognitivas (WIEDERHOL, 1993). Conclusão: Os idosos, no envelhecimento fisiológico, apresentam algum prejuízo mnemônico, mesmo que não patológico e queixam-se da memória com maior frequência. A reserva cognitiva pode minimizar alterações clínicas ou cognitivas no envelhecimento fisiológico. Entender a importância deste conceito pode permitir a detecção mais precoce e melhor caracterização de mudanças cognitivas relacionadas à idade e de doenças degenerativas.