INTRODUÇÃO: Os enfermeiros experimentam sentimentos conflitantes, referente ao processo morte e o morrer por serem profissionais que lidam com o cuidado junto ao cliente e vivenciam a sua finitude. A morte e o morrer afeta os que permanecem vivos do ponto de vista físico, psicológico, social e espiritual. A enfermagem é uma profissão que interage com a natureza psicossocial do ser humano, sendo caracterizada pelo zelo e preocupação com cuidar do outro. Com isso a discussão do processo de morte e morrer tornam-se mais visível quando os estudantes realmente enfrentam esse processo no estágio, tendo assim possibilidade de não ter realizado intervenções eficazes para salvar a vida do paciente que estão sob seu cuidado, tornando-se assim impotentes diante do fracasso com o cuidado do outro. OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho é analisar a percepção dos acadêmicos de enfermagem em relação ao processo de morte e morrer; verificar se estes estão preparados para lidar com o processo; observar se a temática está sendo trabalhados na formação; identificar os sentimentos frente o processo de morte do paciente; perceber o significado da morte para os acadêmicos de enfermagem, observar o conhecimento do graduando em relação à perda e o luto. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa, realizada através de levantamento de dados por meio de entrevista. Foram entrevistados 30 acadêmicos dos últimos períodos de enfermagem (17% da população). Dentre os acadêmicos entrevistados 44% conceituaram a morte com base na religião, 23% cientificamente e 33% de forma imprecisa. Quando foram questionados se estavam preparados para enfrentar o processo de morte e morrer profissionalmente 95% disseram que não, justificando que a deficiência decorre do fato de não terem recebido instrução durante a graduação e quando o assunto foi abordado aconteceu de maneira sucinta; 95% dos acadêmicos afirmaram que a academia não prepara para o processo morte e morrer, deixando os alunos despreparados para lidar com este tema de forma humanizada, sugerindo que fosse criada uma disciplina especifica ou abordada transdiciplinarmente essa temática logo nos primeiros semestres. Segundo os entrevistados, a morte desperta sentimentos de tristeza (60%), medo (53%) e angústia (50%). Quanto aos conhecimentos sobre as fases psicológicas da morte e morrer notou-se que somente 33% dos participantes apontaram todas as fases. E em relação a perda e o luto, somente 5% conseguiram discutir satisfatoriamente. Ao responderem se era necessário ao profissional de enfermagem saber lidar com a morte de maneira técnica e rotineira as respostas foram variadas e conflitantes destacando que a morte envolve uma série de fatores como o profissional de enfermagem saber orientar e consolar os familiares, acolhendo-os e aconselhando e explicando como ocorre o processo morte e morrer. CONCLUSÃO: Portanto, discutir sobre o assunto e a não aceitação da morte como parte da vida, são fatores que contribuem para tal dificuldade. A falta de preparo e a falta de diálogo sobre a morte deixam os profissionais perplexos e distantes dos pacientes em iminência de morrer, dificultando o trato com morte para os futuros profissionais de enfermagem.