A população idosa brasileira cresceu consideravelmente nos últimos anos, tendo ocorrido um aumento de 40,3% do número de idosos entre os anos de 2002 e 2012. Com o aumento da população idosa e da maior procura pelo sistema de saúde, é crescente a busca por meios que não estão presentes comumente na biomedicina, as chamadas práticas integrativas e complementares (PIC), que abrange a medicina tradicional chinesa, principalmente a acupuntura; a homeopatia; o termalismo social/crenoterapia; a medicina antroposófica e as plantas medicinais e fitoterapia. Entre as PICs, sabe-se que o emprego de plantas medicinais esteve presente desde os primórdios da História da humanidade sob a perspectiva de auxiliar na prevenção e combate às enfermidades, sendo que esse conhecimento perpassa por gerações. Entre as diversas formas de utilização das plantas medicinais, a preparação na forma de chás é comumente empregada pela população, principalmente entre a faixa etária idosa. o presente trabalho objetiva relatar a experiência vivenciada em ações do Projeto de extensão “UFPE NA PRAÇA” que incorporaram o uso das PICs através de chás com plantas medicinais de forma a integrar o conhecimento empírico com o saber gerado na esfera acadêmica. As ações foram realizadas na Praça da Bela Vista 1, no município de Vitória de Santo Antão-PE, pelo grupo de extensão “UFPE NA PRAÇA”, da Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico de Vitória. Para o planejamento do conteúdo a ser abordado, primeiramente se colocou em prática um levantamento de opiniões, de forma que os participantes das atividades optassem por temáticas as quais achavam interessantes serem abordadas, sendo essa coleta de opiniões efetuada uma semana antes da realização das práticas. Plantas medicinais foram constantemente escolhidas quando feito o questionário do tema desejado pelo grupo. Os assuntos foram abordados com auxílio de folders, figuras, cartazes ilustrativos, dinâmicas de grupo e rodas de diálogo de forma a abordar definição, benefícios, contraindicações, doses recomendadas, toxicidade e forma de preparo dos chás tratados. As ervas abordadas foram Matricaria chamomilla (camomila) e Lippia alba (erva cidreira). Após a explanação teórica, serviu-se para o grupo em copos descartáveis a infusão do chá utilizado em cada ação, orientando-os para que aguardassem o tempo necessário (4 minutos) para que a preparação estivesse apropriada para o consumo. Para o transporte da água quente usou-se garrafa térmica, além da erva e colher de sobremesa para porcionamento. Além disso, distribui-se a planta medicinal acondicionada em embalagens plásticas para que os participantes da ação pudessem preparar o chá em seus domicílios. A valorização do saber empírico e a aplicação das práticas integrativas e complementares se mostraram efetivas para os participantes das ações do Projeto de Extensão “UFPE NA PRAÇA”. O empoderamento do conhecimento popular reflete na valorização das práticas adotadas pela população, fortalecida pelo conhecimento acadêmico, o grupo mostrou-se extremamente interessado, pois as atividades falavam sobre algo que eles tinham acesso e dúvidas. A aplicação dos saberes acadêmicos, enriqueceram os conhecimentos dos participantes e ainda melhoraram condutas e hábitos.