Nas últimas décadas o uso da medicina complementar tem sido recorrente no tratamento de diversas condições patológicas e nos mais variados grupos de pacientes. Nos Estados Unidos, cerca de 40% da população adulta tem utilizado alguma forma dessas terapias, sendo que em 2007 a população gastou em torno de 34.000 milhões de dólares com uso de terapias complementares e/ou alternativas. (NAHIN 2007)Entretanto, é notória a demanda por estudos primários e secundários que envolvam o uso das terapias complementares. Para Thiago e Tesser, é fundamental o envolvimento dos profissionais da saúde com essas modalidades de intervenção, principalmente por se tratarem de intervenções que possibilitam a desmedicalização do cuidado, além de terem boa aceitação social. No Brasil, ressaltase como passo importante para uma nova perspectiva de atendimento o princípio doutrinário de
integralidade do Sistema Único de Saúde, formalizado na oitava Conferência Nacional de Saúde, na qual torna relevante a oferta de terapias complementares nos serviços de saúde. (BRASIL 2005) No intuito de garantir essa integralidade no atendimento à saúde, a Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares (PMNPC) do Sistema Único de Saúde (SUS) apoia o uso de terapias nessas modalidades, com o interesse de atuar na prevenção de agravos e na promoção, manutenção e recuperação da saúde. Destacam-se nessa política a acupuntura, a homeopatia, a fitoterapia e a medicina antroposófica. Por outro lado, o Toque Terapêutico, uma
modalidade de terapia complementar que, segundo a literatura científica, apresenta efetividade significativa sobre o tratamento de diversas doenças, não faz parte da PMNPC, embora nas últimas décadas venha ocorrendo um crescente interesse na investigação científica evolvendo o uso desta modalidade de terapia complementar (VASQUES 2011). O Toque Terapêutico é uma versão contemporânea de antigas práticas de cura por meio da
imposição de mãos sobre o campo energético humano (CEH), que tem como ponto de referência
para o início de sua utilização os estudos desenvolvidos por Dolores Krieger e Dora Kunz na década de 1970 (KRIEGER 1995). Essa modalidade de intervenção faz parte dos conceitos da medicina vibracional, a qual considera o corpo como um sistema dinâmico de energia em que a mente e o espírito são fontes da consciência e detêm o poder de ocasionar doenças por meio de interações energéticas e neuro-hormonais nas dimensões do corpo, da mente e do espírito, presumindo que intervenções sobre no CEH possam provocar efeitos na saúde do indivíduo (GERBER 2007). O CEH é definido como uma junção de componentes eletrostáticos, magnéticos, térmicos e visuais, harmonizados por meio do processo fisiológico normal, que se extrapola além do organismo,
tornandose concentrado ao redor de seres vivos (BRENNAN 1987). Desse modo, o Toque
Terapêutico, segundo Krieger 1995, consiste no uso consciente da imposição de mãos como forma
de modular e de reorganizar o CEH, quando este se encontra em desequilíbrio.