Este trabalho é resultado das atividades desenvolvidas durante a realização de um Curso de curta duração que aconteceu no primeiro semestre do corrente ano, o mesmo proporcionou aos participantes o contato direto com as plantas medicinais por meio de leituras e participação direta através de visitas à campo realizadas em Ipameri (GO) durante as atividades teóricas e práticas. O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e um dos mais ricos, pela sua flora e fauna abundantes. Atualmente, os olhos do Brasil e do mundo tem-se despertado para a importância da riqueza do bioma Cerrado. A biodiversidade do Cerrado oferece vários recursos, com destaque: raízes, cascas, resinas, óleos, folhas, fibras e outros recursos naturais que são primorosamente manejados, especialmente pelos povos das comunidades tradicionais para a pática da medicina popular. Trata-se de um relato de experiência das atividades desenvolvidas durante a realização do curso de curta duração sobre plantas medicinais, que teve como parceiros, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Sindicato Rural de Ipameri e Prefeitura Municipal de Ipameri (GO). As visitas aconteceram em áreas remanescentes de Cerrado em uma parcela de solo com características da flora local pelos participantes do curso. As visitas à campo se constituíram como requisito básico para a identificação das espécies de plantas nativas medicinais do Cerrado. Antecedeu à visita, leituras e consultas a artigos científicos, livros e sites especializados que tratam do tema. Muitos participantes disseram que fazem uso das plantas do Cerrado, tanto para comercializar alguns frutos, como para utilizarem como medicamentos naturais, haja vista que muitas espécies vegetais são utilizadas em virtude de seu poder medicinal. Estas práticas se constituem, além de aliadas à renda da família, auxiliar a cura e amenizar várias enfermidades. Algumas plantas nativas do Cerrado com potencial fitoterápico foram identificadas, com destaque: Algodãozinho do Campo (Cochlospermum regium); Pé de Perdiz (Croton Perdicipes); Velame Branco (Mcrosiphonia Velame) e o Barbatimão (Stryphnodendron barbatiman). Foi um curso muito proveitoso para todos os participantes, especialmente pela troca de experiências e a reciprocidade entre os cursistas. A ideia central de um curso como este não é promover uma mudança radical no modo de ver e perceber as plantas do Cerrado, mas, de poder oportunizar a todos que, direta ou indiretamente participaram das atividades previstas, proporcionando momentos de reflexão diretamente no ambiente florístico. Espera-se que a partir deste trabalho tenha sido promovido um novo olhar e uma nova forma de pensar e perceber as plantas nativas do Cerrado, especialmente as medicinais.