A Auriculoterapia está inserida como uma das Práticas Integrativas e Complementares, originada da Medicina Tradicional Chinesa, e disponibilizada no Sistema Público de Saúde. É uma técnica milenar que atua em um microssistema da acupuntura sistêmica, utilizando instrumentos como agulhas, sementes ou pequenas esferas, na ativação dos meridianos que perpassam o pavilhão auricular e correspondem a diversas respostas bioquímicas no organismo. A partir de estudos recentes, tem-se evidenciado, através do estímulo de alguns pontos, sua intrínseca atuação no sistema neurovegetativo eferente, também conhecido como sistema nervoso autônomo (SNA), responsável pelo comando das respostas viscerais do organismo, agindo na manutenção do equilíbrio interno. Assim, como método alternativo, essa constitui uma forma de atenuação dos sintomas mais acessível financeiramente e menos prejudicial ao corpo, se comparada aos efeitos das drogas antidepressivas, o que minimiza as altas dosagens medicamentosas responsáveis, frequentemente, por dependência química, estabelecendo a ação da Auriculoterapia como técnica complementar na melhoria dos quadros clínicos apresentados por pessoas que sofrem de depressão. Realizou-se uma revisão de literatura usando-se como descritores os termos: Auriculoterapia; Sistema Nervoso Autônomo; Depressão; nas bases de dados PUBMED, SCIELO, além diretrizes do Ministério da Saúde, encontrando-se alguns estudos, nos quais pacientes que apresentam transtornos depressivos são submetidos à aplicação da Auriculoterapia e, de acordo com modulações nas ações simpáticas e parassimpáticas, principalmente nos acupontos shem men e simpático, foi possível identificar mudanças na sintomatologia do quadro clínico desses pacientes, o que poderia atenuar a dosagem dos medicamentos. Porém, os diferentes estudos utilizaram metodologias diversas, como a escolha de diferentes acupontos, o que torna necessária a padronização da técnica para minimizar as variantes do estudo. Portanto, a amostragem de estudos nessa área específica do conhecimento ainda é escassa, mas é possível o estabelecimento de um nexo causal, ao passo que a relação entre as ativações do SNA não se restringe à ativação de apenas um dos componentes, mas à confluência de diferentes modulações, resultando na melhoria da morbidade. Então, a partir dos recentes dados, é possível traçar essa hipótese, necessitando da padronização da técnica utilizada; da capacitação dos profissionais que irão aplicá-la; e de uma amostragem maior de pacientes, selecionados a partir de questionários, já que a depressão possui formas singulares de apresentação, para que a coleta de dados ocorra de maneira específica e efetiva.