As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) enfatizam um projeto terapêutico singular de origem milenar na manutenção e recuperação da saúde, com enfoque no indivíduo e não na doença. Em 2004, a cidade do Recife criou a primeira unidade especializada em Práticas Integrativas e Complementares, na rede de atenção básica de saúde do município, a Unidade de Cuidados Integrais à Saúde Prof. Guilherme Abath (UCISGA). Com base na importância das atividades em PICs para comunidade em função da carência de informações de custos nesta área, justifica-se o interesse em pesquisar e mensurar os custos destas atividades para o município. Para tais análises, o estudo fez uso de uma metodologia quantitativa, descritiva e analítica, do tipo avaliação econômica parcial de custos, utilizando-se do método de custeio por absorção. A coleta dos dados se deu em parceria com a Prefeitura da Cidade do Recife e sua Secretaria de Contabilidade e Custos, com base na produção dos serviços e dados contábeis de 2014. Estes foram analisados e agrupados em planilhas do Microsoft Excel®, possibilitando a definição dos centros de custos da unidade de acordo com a origem de seus gastos (apoio 18%, administrativo 15% e produtivo 67%), quantificados e classificados em custos: diretos 93% (R$ 1.072.767,72) e indiretos 7% (R$ 75.502,54), totalizando R$ 1.148.270,26. Dos serviços oferecidos pela unidade, as práticas individuais representaram 71,76% da demanda dos serviços ofertados. Os resultados desta pesquisa possibilitaram esclarecer que: as práticas coletivas quando comparadas com as individuais, são menos onerosas; o custo do usuário da UCISGA, quando comparado com outras unidades da atenção básica, mesmo com atividades distintas quanto a sua finalidade, se apresenta baixo e com um modelo de atendimento diferenciado a seus usuários, com um custo unitário de R$ 35,87/usuário e de R$ 110,75/atendimento. Por ser uma avaliação pioneira de custos, nas PICs do município, frente à carência de dados, o que dificultou análises de períodos anteriores, o estudo sugere ações gerenciais mais amplas na gestão de custos e a criação de indicadores econômico-financeiros, que possibilitem melhorar a condução dos recursos destinados às práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde (SUS).