As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) enfatizam a promoção global do cuidado humano, estimulando os indivíduos ao autocuidado, como corresponsáveis por sua saúde. Objetivou-se compreender como usuários das PIC exercem sua condição de sujeitos autônomos e participativos no processo de cuidar. Trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa que buscou apreender as contribuições das PIC na visão do usuário, realizada em uma unidade do Sistema Único de Saúde, especializada em PIC, em um município mineiro. O recorte pauta-se na pergunta norteadora: Como você participa do seu próprio cuidado? A amostra foi constituída de 13 usuárias e a inclusão dos sujeitos ocorreu segundo a demanda do serviço, interrompendo-se a amostra pelo critério da saturação. Os dados foram coletados entre 13 e 15 de julho de 2015 através de um roteiro de entrevista. As entrevistas foram gravadas e transcritas e os dados explorados e analisados através da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin e confrontados com a literatura. As entrevistadas expressaram e exemplificaram o exercício do cuidado humano nas dimensões biológica, psicológica, social e espiritual, sendo relatados tópicos referentes ao cuidado de si e do outro. Foram reportados a boa alimentação, a prática de atividade física, o sono, a ingestão de água além de aspectos emocionais e comportamentais. Foram elencados tópicos relacionados com atividades individuais e coletivas, cognitivas, motoras, artísticas e de lazer e o exercício da espiritualidade. Foram abordadas a utilização de diversas modalidades terapêuticas, incluindo as PIC, a questão do cuidado autêntico e inautêntico e o cuidado à pessoa no momento da morte. Foi mencionado a dificuldade da prática do autocuidado e o cuidado do outro foi tido como desgastante. As experiências de vida das pessoas repercutem nas formas como buscam o cuidado. A recepção de cuidados em PIC pode auxiliar na construção de subjetividades, contribuindo para um cuidado mais humanizado, integral e efetivo ao indivíduo. As entrevistadas foram estimuladas à corresponsabilidade, entretanto pode ocorrer dependência em relação à recepção do cuidado.