O presente trabalho busca explanar sobre a importância das Práticas Integrativas e Complementares, particularmente a Meditação Coletiva nas Unidades Básicas de Saúde da Família. Bem como de demonstrar as práticas integrativas e complementares como possibilidade compreensiva do cuidado numa perspectiva fenomenológica. Salientando que as Práticas Integrativas e Complementares nos Núcleos de Apoio de Saúde da Família (NASF) surgem como possibilidade de abarcar as demandas não mais numa condição curativa tecnicista, mas essencialmente de promoção à saúde. A condição de cuidar que norteará esse trabalho diz respeito à dimensão fenomenológica que refere: conhecer-se é descobrir-se “ser no mundo”. A experiência de si, dos outros e fatos é central, sendo uma vinculação entre a consciência como vivência e como consciência do mundo. A inclusão de Práticas Integrativas e Complementares entram neste cenário como uma nova perspectiva de um cuidado ampliado calcado nos princípios preconizados pelo SUS. Compreender o valor desse cuidado pelos profissionais de saúde requer uma concepção ética que contemple a vida como um bem valioso em si, começando pela valorização da própria vida para respeitar a do outro em sua complexidade, e suas escolhas. Seguindo essa lógica de raciocínio, percebe-se então que o viés compreensivo traz a visão de mobilização social como enfoque principal do autocuidado da população. Apesar de saúde e doença poderem ser articuladas a uma diversa gama de significados, tanto para a representação comum quanto científica, predomina no horizonte histórico atual um sentido geral de funcionalidade. Nesta perspectiva, os entendimentos de cuidados, que também proliferam em uma diversidade babélica, inscrevem-se no campo das atividades técnicas especializadas, regidas em suas realizações cotidianas por uma lógica de mercado. A prática de meditação possibilitará inquietações e provocações na construção de novos valores sociais. Visto que, o processo de conviver com a condição de experimentar a ênfase no lidar com o corpo, como uma condição de trabalhar a qualidade de vida e as relações dos seres humanos, consigo mesmo, com seus semelhantes, e com a natureza, é algo que precisa de maior propagação, gerando estranhamento para alguns e satisfação para outros. Vivenciar essas outras possibilidades numa tentativa de provocar o Ser Humano no seu cuidado, na utilização de práticas integrativas e complementares, é viabilizar gerenciamentos na própria condição de saúde, promovendo a consciência e respeito ao próprio corpo, estimulando novos hábitos de vida, que vão implicar no cuidado. A meditação, enquanto prática Integrativa facilitará o processo da arte de conhecer, cultivar e libertar o outro, no contato consigo mesmo e com os outros. Além de provocar sentidos dotados de significados e propósitos nos mais diversos modos de ser dos profissionais de saúde. Evidenciando também uma formação clínica que vai além da aquisição de conhecimentos teóricos, pois inclui inúmeros processos pessoais que contribuem para o modo singular de cuidar, e de cuidado no tornar-se pessoa de cada um.