Introdução: O uso de plantas medicinais é muito comum entre as mulheres grávidas e
lactantes no Brasil. No entanto, o período de gestação na vida das mulheres e também a
fase de amamentação necessitam de cuidados especiais, principalmente relacionados ao
uso de medicamentos e plantas medicinais. O efeito de muitas plantas medicinais
utilizadas nesta fase ainda é desconhecida e os maiores riscos estão relacionados
principalmente com efeito teratogênico, aborto, potencial tóxico e morte fetal. Portanto, em
geral, há uma restrição sobre o uso de várias plantas medicinais durante os três primeiros
meses de gestação. Portanto, a prática de grupo educativo em saúde é um fator
determinante para a promoção da saúde das grávidas, lactantes, feto e bebês. Material e
Métodos: Rodas de conversa na ONG "Bebê a Bordo" Araraquara, Estado de São Paulo,
Brasil, a fim de ouvir relatos sobre o uso de plantas medicinais pelas participantes da
ONG. Em seguida, reuniões de grupo apresentando as plantas medicinais contra-indicadas na gravidez e lactação, e os possíveis efeitos adversos do seu uso irracional,
tais como, secagem do leite materno, sangramento, aborto dentre outros problemas. 100
mulheres grávidas participaram das atividades. Resultados: Todas as mulheres grávidas
(100%) relataram o uso de alguma planta medicinal, tais como "camomila", "hortelã"
"erva-doce", "funcho" "capim-limão" para problemas relacionados com gases, má
digestão, náuseas e ansiedade. Elas relataram desconhecimento dos riscos da utilização
de algumas plantas, por acreditarem ser produtos "naturais" e não fazer mal a saúde
nesta fase. Elas relataram não conversar com o médico sobre as plantas que eles usam
em casa, porque o médico não pergunta. Muitas das mulheres grávidas relataram o uso
de plantas indicadas por parentes e vendedores de ervas em feiras livres, mercados e
lojas de alimentos saudáveis. Discutiu-se também a importância de aquisição local de
plantas medicinais na natureza, como há um risco de identidade falsa e má qualidade do
material adquirido. Elas também informaram ter dúvidas sobre quais plantas medicinais
podem ser usadas. Discussão: O grupo educativo sobre plantas medicinais foi um passo
importante combinando educação para a saúde das mulheres grávidas e lactantes e um
espaço para esclarecer dúvidas que não podem ser colocadas durante a rápida consulta
médica. Sendo assim, acreditamos que uma ação conjunta entre os níveis da comunidade
local, pode levar à promoção da saúde das mulheres grávidas e lactantes, e o uso
racional de plantas medicinais. Conclusão: Sendo assim, podemos concluir que a prática
do grupo educativo sobre plantas medicinais em gestação e lactação é urgente e
necessário nos serviços públicos de saúde.
Apoio: ONG “Bebê a Bordo”, Araraquara, PROEX- UNESP , PADC- FCF- UNESP-Araraquara, São Paulo, Brasil.