Quando as Práticas Integrativas e Complementares (PIC) são utilizadas no atendimento direto ao paciente, nos deparamos com a inversão do paradigma entre doença e saúde, com o empoderamento para o autocuidado e redução de dependência medicamentosa. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o conhecimento da comunidade sobre as PIC, para fomentar estas práticas no contexto da Atenção Primária em Saúde (APS), comunidade e universidade. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem qualitativa, realizado com 10 profissionais de enfermagem atuantes na APS de um município do sudeste Goiano, entre os meses de agosto a dezembro de 2015. Para a coleta dos dados foi utilizado questionário semiestruturado com questões norteadoras do estudo referentes à temática estudada. Como técnica de análise dos dados, utilizou-se a temática proposta por Bardin. Os dados foram analisados utilizando os princípios da Política Nacional de Práticas Integrativas Complementares. Dos participantes do estudo, houve predominância do sexo feminino, com média de 32,7 anos de idade e 9,6 anos de tempo de formação. De acordo com as enfermeiras as PIC mais conhecidas e utilizadas pela comunidade são: acupuntura e fitoterapia. A implementação das PIC no Sistema Único de Saúde, tem foco na promoção e recuperação da saúde, no contexto da APS, voltada para o cuidado continuado e humanizado centrado na integralidade do indivíduo. De acordo com as enfermeiras, o conhecimento da comunidade é voltado principalmente para a fitoterapia, sendo este um conhecimento empírico os que fazem uso não possuem total conhecimento sobre a forma correta de cultivo, preparo e armazenamento, ocasionando um uso incorreto e indevido o que em alguns casos reduz o efeito terapêutico do fitoterápico. Apesar de todo respaldo legal que os profissionais de enfermagem têm para trabalhar com as PIC, de acordo com a Resolução 389/11 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), ainda há uma falta de profissionais habilitados e interessados em estar atuando com essas práticas nos serviços de saúde, isso faz com que esses profissionais não tenham conhecimento para esclarecer dúvidas sobre o uso das PIC e não encorajem o seu uso pela comunidade. É importante que os profissionais de saúde atuantes na APS detenham conhecimento sobre essas PIC para repassá-lo para a comunidade, de modo que, eles saibam que as práticas funcionam como um tratamento que vem para complementar e integrar e não substituir os outros tratamentos.