Tendo o uso das plantas datada desde á época em que o ser humano foi tendo que encontrar na natureza formas para solucionar seu problema, os quais afetavam sua saúde. Neste pensar, este trabalho tem como objetivo a criação de um relógio medicinal do corpo humano, com intuito de incentivar a pesquisa sobre o uso das plantas medicinais, demonstrar a importância desse conhecimento e propiciar respaldo para maiores estudos sobre a temática, fomentando que a enfermagem, juntamente com outros profissionais da saúde, se aproprie das práticas integrativas e complementares de saúde, e possa esclarecer as dúvidas dos usuários e divulgar o uso com segurança, tendo como foco o uso terapêutico das plantas medicinais. Será realizado em um espaço público da Vila Bilibio, no município de Santa Maria no Rio Grande do Sul, entre agosto de 2017 a dezembro de 2018.
Será demarcadas as dimensões para a implantação do relógio e será realizada a preparação da terra, com adubos orgânicos. Após a preparação da terra, se iniciará a formação dos canteiros, utilizando como divisórias para demarcação garrafas pet recolhidas anteriormente com os moradores da vila Bilibio. Para a implantação, será utilizada a metodologia de trabalho baseada no relógio do corpo humano, buscando associar o uso popular de algumas plantas medicinais aos horários nos quais determinados órgãos do corpo humano apresentam maior atividade, de acordo com a medicina tradicional chinesa. Neste, em cada uma das divisões do relógio será introduzida uma, duas ou três plantas medicinais (com uso referendado na literatura científica) que auxiliam no tratamento dos problemas de saúde.
Com a elaboração do relógio medicinal do corpo humano, espera-se que a comunidade se sinta coparticipante do projeto, para que possa usufruir dos benefícios trazidos pelas plantas cultivadas e possa dar continuidade aos cuidados que o horto necessita. Como resultado, ainda, espera-se que a população adquira novos conhecimentos, e perceba o quão responsável cada um é pelos próprios hábitos de vida e cuidados em saúde, de forma individual e subjetiva, o que deve fomentar o autocuidado. Espera-se, também, com a execução do projeto de extensão, a criação de um espaço didático multidisciplinar aberto a visitações, que possibilite a aproximação entre o saber popular e acadêmico, respeitando as diferenças socioeconômicas e culturais.
Almeja-se que os resultados alcancem toda a comunidade, afim de que esta prática integrativa e complementar seja bem utilizada, trazendo todos os benefícios a que dispõe e atinja também os profissionais de saúde, como uma estratégia de fortificar as ações relacionadas ao uso benéfico das plantas, possibilitando que se tornem mais palpáveis as atuais políticas públicas que fomentam o uso das plantas medicinais como uma estratégia para evitar que se prossiga neste rumo puramente farmacológico e muitas vezes centrado no modelo da medicina alopática. Também que a comunidade se sinta melhor compreendida e atendida, sendo levado em consideração seus aspectos culturais, sociais e demográficos da população em questão.