SILVA, Patrícia Barbosa Da et al.. Sexualidade na velhice nos dias atuais. Anais III CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/3153>. Acesso em: 19/12/2024 13:55
A temática sexualidade na velhice tem adquirido expressiva relevância na sociedade contemporânea, tanto para área da saúde quanto para as ciências humanas e sociais. Sexualidade vista como parte essencial da vida do ser humano, benéfica para a saúde, bem-estar e satisfação geral do idoso vem se firmando a cada dia. O presente estudo tem como objetivo refletir sobre a sexualidade na velhice nos dias atuais. Trata-se de uma revisão sistemática tendo como referencial teórico, artigos de periódicos brasileiros publicados no período entre 2008 a 2012. Tomamos como base para nossa reflexão algumas publicações nacionais onde as análises e interpretações foram realizadas através da aproximação crítica dos autores de modo a construir a síntese que compõe este estudo. Constatamos que o prolongamento da vida sexual até idades mais avançadas relaciona-se com à ampliação da expectativa de vida, à difusão do ideal de juventude, e à ampliação das esferas de autonomia individual, que fazem recriar aos poucos os preconceitos tradicionais contra a sexualidade na velhice. Alguns mitos foram verificados: os idosos não têm interesses sexuais; os que se interessam pelo sexo são perversos, a atividade sexual faz mal á saúde, debilita; os homens idosos têm mais interesse sexual do que as mulheres idosas; tendo alguma doença deixam de ter atividade sexual; e os desvios sexuais são mais frequentes. Alguns idosos incorporaram os mitos e preconceitos sobre o desejo afetivo sexual, outros querem viver intensamente novos relacionamentos sem a preocupação com as doenças transmitidas sexualmente, gerando conflitos familiares. Verificamos que a depressão, medicamentos, doenças degenerativas, viuvez, baixa auto-estima, vergonha e sentimento de culpa, mudança corporal podem prejudicar a sexualidade na velhice. As mulheres idosas apontam a perda da feminilidade e da capacidade de seduzir, medo do ridículo, fantasia em relação a cavidade vaginal, dificuldade em expor seus sentimentos, vergonha do corpo envelhecido e incontinência urinária. Os homens idosos apontam a falta de segurança no desempenho sexual, falta de comunicação sobre as mudanças ocorridas e a sexualidade para eles não pode ser vivida sem os genitais. No entanto, apesar das dificuldades apontadas, os idosos apresentam uma nova forma de viver a sua sexualidade, distantes da possibilidade de procriação e das preocupações de trabalho, parecem ter conquistado a sexualidade pelo prazer, mais ativa e liberta de ditames. Portanto, a sexualidade na velhice não se esgota com o passar dos anos, apesar da diminuição da atividade sexual com o avanço da idade. Autores afirmam que esse decréscimo é substituído por uma intensidade ampliada do prazer sexual. Sob a ideia do “envelhecimento ativo” tanto a sociedade como as políticas públicas enxergam o idoso como um agente capaz de realizar atividades antes negligenciadas. Tratar a sexualidade em termos de seus pretensos benefícios para a saúde e o bem-estar vem progressivamente se popularizando e integra uma diversidade de discursos dirigidos à promoção da saúde.