Os países industrializados, em sua maioria, observam um processo de “agrisalhamento” de sua população, em que a proporção de pessoas com 65 anos ou mais está em constante crescimento. Neste sentido, a questão sobre o papel social do envelhecimento ganha novos contornos e sua abordagem se torna ainda mais complexa, apresentando dois aspectos realçados: a) a dos idosos que nas sociedades modernas tendem a apresentar um status mais baixo e de menos poder do que possuíam nas culturas pré-modernas – cuja tradição e experiências incorporadas eram transmitidas através da narrativa; b) e aquela em que os idosos se reconhecem de forma positiva, lutando contra estereótipos – velhicismo, estando bem menos propensos a aceitar o envelhecimento como um processo inevitável de deterioração do corpo. É diante destas primeiras considerações que se funda nosso problema em estudo: perceber a reconfiguração do idoso na sociedade da informação a partir de suas novas funções sociais, de forma a apreender seu reposicionamento e importância nestes novos espaços sociais. O intuito é compreender quem é este novo sujeito social estabelecido como velho e que disputa, sutilmente, um lugar na complexa teia da vida social. O caminho a ser traçado para se chegar a estes objetivos consiste na busca de histórias de vida, apreendidas através da técnica da história oral e da biografia. O trabalho de campo já iniciado, mas não concluído, abarca um amplo lócus de pesquisa, situado no sertão paraibano, na cidade de Patos. A escolha dos entrevistados se organiza em torno de algumas instituições, a exemplo de CRAS – Centro de Referência de Assistência Social e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, haja vista a necessidade de se observar a atuação dos idosos nestes dois espaços distintos – Urbano e Rural. Os entrevistados foram escolhidos de forma a privilegiar situações diversas, em gênero, ocupação, classe, etnia. Também se tornou importante ouvir outros sujeitos e sua percepção deste idoso na sociedade, a escolha neste quesito foi feita aleatoriamente nestas instituições. Como resultado parcial se verifica a emergência de um novo ator social, por vezes revestido de uma memória que evoca experiências e uma tradição não esquecida, cujo papel é de transmissor e conselheiro e por outras de um narrador moderno, cujas lembranças não devem servir para compreensão do novo mundo do conhecimento, em que as experiências são fragmentadas e encolhidas na fluidez do tempo e espaço.