O artigo é parte de um capítulo de minha tese de doutorado defendida em 2015 no PPGCS-UFCG, no qual discuti a articulação da Aliança Democrática e sua proposta de “consenso”, logo após a derrota da emenda das diretas em 25 de abril de 1984 e as posições da grande imprensa que tentou se reconstruir enquanto democrática apelando para a imagem de “mensageira” do movimento pela “redemocratização”. Em se tratando do processo que envolveu a sucessão presidencial de 1984-1985, nosso objeto de interesse na tese, uma parte da imprensa alinhada à “oposição liberal”, ajudou na construção de um consenso segundo o qual todas as forças políticas oposicionistas convergiam para a Aliança Democrática, apagando as posições contestadoras do Partido dos Trabalhadores (PT) e de outras organizações sociais de esquerda. Os jornais O Globo, Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo atuaram como colaboradores do golpe civil-militar e, em grande medida, da ditadura civil-militar e, na tentativa de serem lembrados como partícipes do projeto de “redemocratização” pela via da “conciliação”, defenderam o modelo liberal representado pela candidatura indireta de Tancredo Neves e criminalizaram, cada um a sua maneira, projetos alternativos, por eles associados aos “radicalismos” e à posições “antidemocráticas”.