Este estudo busca tecer discussões a respeito do cenário da música Heavy Metal underground, tendo em vista que este tem toda carga de influência do movimento de contracultura, o qual tem origem nos idos dos anos 1960. É partindo de observações construídas com base nas experiências e vivências das minorias que propomos levantar uma abordagem histórica e historiográfica direcionada à representação identitária do grupo social aqui estudado, simbolizado pelo headbanger, sujeito participante desse cenário. Apresenta-se, portanto, a problemática que amparará este artigo: Quais as representações produzidas pelos saberes culturais experimentados sobre a cultura underground? Para que este questionamento seja refletido, discutiremos a respeito dos códigos construídos, inscritos e ‘invisíveis’ nas tramas culturais cotidianas. O objetivo principal versa sobre a análise da cena metal underground, para que, através dela, possa buscar indícios que nos mostre o quão forte mostra-se as relações desenvolvidas em seu cerne, sendo isto verificado através de seus valores, concepções e crenças. Ao ponto de consolidar-se até os dias atuais, esta cultura emerge assim não só inerente às suas táticas de resistência em torno de uma sociedade pertencente a uma região historicamente fervorosa no que concerne a questão religiosa e cultural, como também pretende mostrar todo um conjunto de práticas cotidianas dos sujeitos que viviam dentro deste contexto subterrâneo. O conceito de cultura discutido nesta narrativa se traduz, portanto, eminentemente associado ao conceito de poder e identidade. Assim, analisando este cenário pontuamos uma abordagem que se potencializa como um elemento essencial para a consolidação identitária e cultural de um grupo.