Introdução: O fenômeno da inversão da pirâmide etária é um processo que já vem sendo apontado em pesquisas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Diante deste fenômeno de envelhecimento populacional, estima-se que o número de homossexuais idosos tem acompanhado tal ritmo. Objetivo: Neste sentido, este trabalho objetiva conhecer a produção científica disponível na literatura acerca da relação entres os fenômenos da homossexualidade e do envelhecimento, bem como direcionar perspectivas para futuros estudos na Psicologia. Metodologia: Para atender este objetivo, realizou-se um estudo de revisão sistemática das publicações (artigos, capítulos de livros, livros e teses) indexadas em bases de dados nacionais e internacionais. Procedeu-se uma leitura flutuante dos títulos achados, avaliando a aderência das referências ao objetivo deste estudo. Resultados: No contexto internacional, introduzindo-se os descritores “homosexuality” e “aging” no sítio de busca da American Psychological Association (APA PsycNETTM), em 20 de maio de 2013, foram encontrados 43 registros, dos quais apenas um não obteve aderência ao objetivo. Apesar de o primeiro estudo ser datado de 1990, o aparente aumento do interesse por esta relação se deu a partir de 2001, com o surgimento de 4 estudos neste mesmo ano. De maneira antagônica, no contexto nacional a perspectiva parece ser bem menos favorável. Realizando-se uma busca integrada em três bases de dados (PEPsic, Scielo e Index Psi) a partir da Biblioteca Virtual em Psicologia (BVSPsi), na data supracitada, com os termos correspondentes em português (homossexualidade e envelhecimento), encontraram-se apenas 3 registros. Ampliando a busca para o Google Acadêmico, utilizando-se os mesmos descritores e considerando estes como parte do título, foram encontrados 4 registros, sendo 2 destes já catalogados no BVSPsi. Conclusão: Diante do exposto, observa-se uma defasagem de estudos da Psicologia no Brasil que tratem das relações entre envelhecimento e homossexualidade, apesar destas serem preponderantes para o entendimento de vários fenômenos psicológicos neste contexto. Tal carência aponta para uma representação genérica de velhice, em que predomina a imagem do idoso “assexuado” inserido numa concepção heteronormativa de constituição de família e procriação.